22/10/2024
A capacidade das abelhas em detectar aromas florais pode ser prejudicada pelas ondas de calor, cada vez mais frequentes e intensas. É o que aponta um estudo conduzido pela Universidade de Würzburgo, na Alemanha. Descoberta conduz a uma possível nova forma de declínio de colônias e populações das espécies polinizadoras devido a redução da habilidade em localizar fontes de alimento.
Que as mudanças climáticas estão em curso e os eventos extremos farão cada vez mais estragos, não há dúvidas. São incontáveis os estudos que trazem perspectivas negativas para os próximos anos e décadas. Especificamente sobre as ondas de calor, já há pesquisas relacionando as altas temperaturas com o aumento de óbitos, sobretudo entre grupos mais vulneráveis, como os idosos. O estudo alemão agora foca em espécies que a humanidade também depende: as abelhas.
O aguçado olfato das abelhas é essencial para sua sobrevivência. Sensíveis a compostos químicos e com antenas sensoriais, as abelhas usam o olfato para detectar uma ampla gama de odores, comunicar-se entre si, e, claro, encontrar e coletar pólen e néctar.
No experimento, usando ondas de calor de 40°C, os pesquisadores perceberam fortes reduções nas “respostas antenais” das abelhas aos aromas florais. Nas duas espécies de abelhas testadas – Bombus terrestris e Bombus pascuorum – a capacidade de detectar os aromas florais foi afetada.
As reduções foram mais acentuadas em operárias do que em machos, que perderam até 80% e 50% do olfato, respectivamente. Além disso, 24 horas após os testes – já em temperaturas adequadas – a recuperação das abelhas ainda não estava em 100%.
O estudo confirma o quão fortemente a interação entre insetos e plantas é afetada pela mudança climática. “Nossos resultados indicam que as ondas de calor podem comprometer os serviços de polinização mediados pelas abelhas ao interromper a comunicação química entre as plantas e seus polinizadores”, resume a equipe de pesquisa liderada pela Dra. Sabine Nooten.
As descobertas podem ser importantes para futuras iniciativas de conservação de espécies. “Agora que descobrimos que as ondas de calor prejudicam os processos fisiológicos das abelhas para detectar aromas de flores, nosso foco está no lado comportamental. Testaremos como o comportamento de forrageamento das abelhas é afetado pelas ondas de calor”, afirma Sabine. O trabalho foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.
Fonte: CicloVivo
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