
15/05/2025
O mar da orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi tingido por uma grande mancha escura, na manhã desta quarta-feira, no Canal da Joatinga, na altura do Quebra-Mar. A causa foi uma grande variação da maré, que baixou mais de um metro ao longo da madrugada e até o fim da manhã, trazendo sedimentos pela corrente vazante.
Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), responsável pelo monitoramento da qualidade da água no estado, a maré caiu de 1,1 metro, por volta das 3h da manhã, para 0,2 metro por volta das 11h. Com a vazante que trouxe matéria orgânica presente nas águas lagunares, e pela diferença de temperatura dessas águas com a do mar, a tonalidade da cor da água mudou.
A água com coloração diferente chegou a parte da orla, atingindo principalmente a Praia do Pepê, um point da região conhecido pela prática de esportes aquáticos, como surf, windsurfe, kitesurf e bodyboard.
Segundo o biólogo Mário Moscatelli, o problema é antigo e acontece há pelo menos 40 anos, quando a Baixada de Jacarepaguá começou a crescer de forma ordenada e desordenada, sem tratamento adequado dos efluentes da região.
— Todo o esgoto que não é tratado, que escoa pelos rios e vem pelas lagoas, vai escoar pela Praia da Barra, deixando a água com essa coloração marrom, ou com a coloração das cianobactérias, esverdeada. O quadro vai se repetir sempre que houver troca de maré, baixa ou alta — afirma o biólogo.
A solução, segundo ele, só vai ser possível ao universalizar o tratamento de esgoto da região, sob concessão da Iguá.
— Enquanto não houver a universalização do saneamento da região, essa mancha vai continuar aparecendo. Isso é fruto de anos de crescimento sem a devida atenção para o saneamento básico. Esse passivo ambiental não vai se resolver em dois, três anos, vai levar tempo — afirma o biólogo.
O órgão ambiental fez coletas nesta quarta-feira, e informou que o monitoramento qualidade continua sendo executado na área, pelo menos semanalmente, e orienta aos banhistas que evitem o banho em trechos próximos à saída de galerias de águas pluviais, de rios e canais, nas primeiras horas após ocorrência de chuvas.
Em nota, a Iguá informou que a mancha observada no mar é um fenômeno natural que ocorre há anos e que não tem relação com a operação da rede coletora de esgoto da concessionária. Segundo a empresa, a mancha está relacionada a combinação de fatores meteorológicos, como a ocorrência de ressaca e a maré de sizígia, já registrados em ocasiões anteriores.
A concessionária reforçou ainda que realiza um projeto de dragagem do Complexo Lagunar para revitalização as lagoas, que sofrem há décadas com a poluição.
Fonte: O Globo

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