15/10/2024
Em meio aos desafios impostos pelo fogo e pela seca, um anúncio da rede Origens Brasil renova a força de iniciativas que ajudam a manter a floresta em pé por meio da sociobioeconomia. Com a ampliação da sua atuação na região amazônica, desde setembro de 2024, a rede integrou povos indígenas, de mais de 10 etnias, ribeirinhos e extrativistas tradicionais da região sul do estado do Amazonas, em seu sexto território com atuação.
Dessa forma, os povos da região se conectam aos negócios éticos praticados pela rede, o que pode resultar em ampliação da produção e valorização dos produtos das comunidades.
“É uma satisfação para nós como extrativistas e ribeirinhos que moram nas comunidades tradicionais, poder participar da rede Origens Brasil e melhorar nossa produção”, relata Luzia, extrativista da Associação dos Produtores Agroextrativistas de Canutama (ASPAC).
O Território Calha do Purus abrange cinco municípios do Amazonas: Canutama, Pauini, Boca do Acre, Tapauá e Lábrea, banhados pelo Rio Purus. A extensão total das áreas contempla 5.7 milhões de hectares, demarcados em 22 Áreas Protegidas. Apesar dos esforços dos guardiões da floresta, o desmatamento é uma grande ameaça na região, que faz parte do arco do desmatamento no sul do estado. De acordo com dados do MapBiomas (2023), Lábrea faz parte dos cinco municípios mais desmatados do Brasil.
Em contrapartida, os sistemas produtivos tradicionais e o manejo sustentável feito por povos que compõem o Calha do Purus, são práticas reconhecidas pela eficácia produtiva aliada à conservação das Áreas Protegidas. Os novos produtores membros da rede trabalham com o manejo de produtos da floresta, como borracha, murumuru, óleo de copaíba, óleo de andiroba, cumaru, mel, dentre outros produtos da sociobiodiversidade.
“A entrada do território Calha do Purus no Origens Brasil amplia nosso impacto enquanto rede referência de comércio ético. A grande diversidade do território e a presença de instituições de apoio e organizações comunitárias fortalecidas propiciarão a ampliação de relações comerciais com diálogos qualificados – uma das premissas da rede. Memorial Chico Mendes, Idesam e WWF compõem um excelente arranjo junto às associações de base, agregando não só conhecimento técnico, mas o olhar para conservação da floresta e soluções criativas para a mitigação das mudanças climáticas”, analisa Patrícia Machado, coordenadora de Articulação Territorial da rede Origens Brasil no Imaflora.
No território Calha do Purus, suas populações contribuem com a manutenção da floresta em 14 Terras Indígenas e 8 Unidades de Conservação. As economias locais são fomentadas por todas as regiões onde os produtores tradicionais interagem, e suas relações produtivas complementam as culturas de subsistência e garantem alimentos a milhares de outras pessoas dos centros urbanos.
Com essa expansão, chegam as novas organizações membros para fortalecer a maior rede de negócios éticos da Amazônia, as organizações comunitárias ASPACS – Associação de Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha e ASPAC – Associação dos Produtores Agroextrativistas de Canutama, além das instituições de apoio que atuam no território IDESAM, Memorial Chico Mendes e WWF.
De acordo com o Instituto Socioambiental, as Terras Indígenas, Territórios Quilombolas, reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável protegem um terço das florestas no Brasil. Essas áreas são fundamentais para a conservação da floresta, prioritária para contribuir com o combate da crise climática.
Origens Brasil é uma rede que promove negócios éticos que valorizam os povos da floresta e a Amazônia viva. Uma rede diversa, composta por povos indígenas, populações tradicionais, instituições de apoio, organizações comunitárias e empresas, atuando para fortalecer uma nova forma de fazer negócios na Amazônia, com base em relações comerciais éticas, com transparência, garantia de origem e rastreabilidade.
A rede facilita relações comerciais entre empresas, povos indígenas e populações tradicionais da Amazônia, que conservam mais de 55,4 milhões de hectares de floresta em pé. Atualmente, são mais de 80 organizações comunitárias e instituições de apoio técnico e 36 empresas. Somam-se mais de 4 mil produtores tradicionais cadastrados, entre quilombolas, ribeirinhos, extrativistas e indígenas, de 76 etnias. Chega agora ao sexto território de atuação, o Calha do Purus, alcançando mais de 50 Áreas Protegidas, com atuação também nos territórios Xingu, Rio Negro, Norte do Pará, Solimões e Tupi Guaporé.
Ao comprar produtos que vêm destas relações comerciais, o consumidor contribui para a valorização da Amazônia viva e de seus povos. Por meio de um selo em formato de QR code, é possível conhecer as histórias de cada produto, sua origem, e quem produziu, gerando assim mais aproximação e conexão. Mais informações em www.origensbrasil.org.br
Fonte: CicloVivo
Parque da Tijuca lança pista de mountain bike para crianças
21/11/2024
Desmatamento na Mata Atlântica cai 55% no primeiro semestre
21/11/2024
Maior peixe do mundo é flagrado por pesquisadores pela 1ª vez no mar do ES
21/11/2024
Recorde de queimadas no pantanal nos últimos anos ameaça espécie de cobra exclusiva do bioma
21/11/2024
Área queimada no Brasil de janeiro a outubro equivale ao território de Tocantins
21/11/2024
Máquina de ´dessalinização´ das águas é instalada no Arquipélago do Bailique, no AP
21/11/2024