
13/11/2025
Há boas notícias vindas do verde — ou melhor, do que ainda resta dele. O Brasil registrou em 2024 uma das maiores quedas de emissões de gases de efeito estufa das últimas décadas, segundo o SEEG, o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima. As emissões brutas do país caíram 16,7% em relação a 2023, somando 2,145 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente.
O principal motivo para comemorar está nas florestas: o desmatamento recuou de forma significativa, fazendo com que o setor de uso da terra emitisse 32,5% menos do que no ano anterior. É um alívio, uma pausa num ciclo de destruição que parecia sem fim. Depois de anos de recordes negativos, finalmente o Brasil começa a mostrar que é possível proteger o que resta de seus biomas — e isso tem impacto direto no clima do planeta.
Mas é preciso ir além. Diminuir o desmatamento é só o primeiro passo. O grande desafio — e a verdadeira oportunidade — está em recuperar o que já foi perdido.
Cada árvore que cai libera carbono na atmosfera; cada árvore que cresce o retira de lá. O reflorestamento e a restauração de áreas degradadas são, portanto, muito mais do que medidas ambientais — são atos de reconstrução, de reparação com a própria Terra. Quando restauramos uma floresta, devolvemos vida aos solos, à água, aos pássaros, aos insetos, às pessoas que dependem desses ecossistemas.
Reflorestamento como arma climática
A ciência confirma o que o bom senso já dizia: não há caminho para combater o aquecimento global sem reflorestar. E o Brasil, com sua imensidão de terras degradadas e seu potencial ecológico único, pode e deve ser protagonista nesse esforço. Estudos mostram que o país está entre os que têm maior área disponível para restauração de vegetação nativa sem prejuízo à produção agrícola.
A Mata Atlântica é um exemplo inspirador dessa nova esperança. Mesmo sendo o bioma mais devastado do país, já viu renascer, entre 1993 e 2022, cerca de 4,9 milhões de hectares de floresta — uma regeneração equivalente a 16% da cobertura atual. É a natureza mostrando que, quando deixada em paz — ou melhor, quando apoiada —, ela se recompõe.
Mas esse movimento ainda é frágil. Parte dessas áreas regeneradas volta a ser desmatada, o que revela a urgência de políticas públicas consistentes, incentivos econômicos e o envolvimento da sociedade.
Restaurar florestas é plantar futuro. É garantir chuva, água limpa, solo fértil, biodiversidade, sombra e beleza. É criar condições para que nossas cidades e campos resistam melhor às ondas de calor, às secas e enchentes cada vez mais intensas. É, acima de tudo, um investimento de longo prazo na vida.
Mais do que comemorar a queda do desmatamento, este é o momento de pensar no próximo passo. O Brasil pode — e deve — ser uma potência na restauração ecológica. Temos conhecimento técnico, temos organizações engajadas, temos gente disposta a fazer diferente. Falta transformar essa consciência em política de Estado, em prioridade nacional.
É justamente essa visão que a organização Iniciativa Verde, por meio do seu presidente Roberto Resende, levará à COP 30 em Belém. Assim como outras organizações com foco em restauração ambiental, a Iniciativa Verde irái destacar a importância da recuperação florestal — especialmente da Mata Atlântica o bioma brasileiro mais destruído ao longo dos últimos séculos — como uma das estratégias mais eficazes para enfrentar o aquecimento global.
Reflorestar, recuperar a pujança das florestas do país representa a ideia de que o Brasil não quer apenas conter a destruição, mas que deseja recriar o verde, restaurar a vida e inspirar o mundo com o poder da regeneração.
Porque, no fim das contas, cuidar das florestas é cuidar de nós mesmos. E o futuro — se ainda queremos que ele exista — precisa ser verde.
Fonte: CicloVivo
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