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“O tempo das coisas” transforma objetos comuns em arte

04/11/2025

A Galeria de Arte Solar, no Pavão-Pavãozinho, abriu na última quinta-feira, 30 de outubro, a exposição “O tempo das coisas”, de Marcos Cardoso, que permanece em cartaz até 6 de dezembro, com entrada franca. Com curadoria de Adriana Nakamuta, a mostra revisita diferentes momentos da trajetória do artista, conhecido por transformar objetos banais em obras que provocam espanto e encantamento.
Reunindo 12 trabalhos feitos de bambolês, palitos de fósforo, rótulos de produtos, camisetas e sacolas, a mostra leva o público a refletir sobre abundância e escassez em tempos de emergência climática. A Galeria de Arte Solar funciona dentro do Solar Meninos de Luz, é uma instituição sem fins lucrativos e tem patrocínio do Belmond Copacabana Palace e Estácio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (ISS RJ).
A exposição apresenta quatro maquetes visuais formadas por milhares de palitos de fósforo encaixados sem cola (1,10 m x 0,70 m x 0,40 m), trabalho exibido no MAM em 2013. Também integra o conjunto, um cobogó feito de palitos de picolé (0,20 cm x 0,20 cm); uma pintura expandida composta por rótulos de produtos; obras com sacolas de butique batizadas como Aluízio Carvão e Ligya Pape, homenagem aos artistas neoconcretos do Grupo Frente; além de 350 corações confeccionados com camisetas e quadros geométricos montados com bambolês.
“É a primeira vez que faço uma exposição assim. Normalmente exponho o resultado de uma pesquisa, com o uso de determinados materiais. Dessa vez, é como se fosse uma coletiva de mim mesmo, uma coleção de diferentes pesquisas”, afirma o artista, premiado em bienais internacionais, com obras em acervos relevantes ao redor do mundo e um extenso currículo de exposições.
Segundo a curadora, quando Marcos Cardoso utiliza objetos simples do cotidiano para produzir arte, provoca reflexões com múltiplas camadas de interpretação. “Sua obra se estende desde o reconhecimento da utilidade do objeto em si, como seu descarte posterior, numa reconfiguração simbólica que conecta diferentes tempos e espaços”, explica Adriana Nakamuta. “A construção da obra de Marcos Cardoso é uma maneira de rir da adversidade e propor a reinvenção contínua do real. Uma lição ética em uma época de obsolescência e consumo exagerados”, escreveu Luiz Camillo Osorio.
A Galeria de Arte Solar Meninos de Luz trabalha para que pessoas de diferentes origens, crenças e poderes aquisitivos tenham contato com a arte em diversos suportes, formatos, técnicas e narrativas, contribuindo para democratizar o acesso à cultura e aproximar o público das comunidades cariocas do universo artístico. “Essa mostra é um presente para a escola, para o PPG (Pavão-Pavãozinho e Cantagalo) e para a cidade. É uma forma de encerrar o Mês das Crianças de uma maneira lúdica, alegre, colorida, poética e com muita reflexão”, afirma Matilde Marie Pereira, produtora executiva da galeria.
Marcos Cardoso formou-se pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1992, frequentou a Oficina de Gravura do Ingá, de 1988 a 1990, e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1991. Foi aluno e amigo de Lygia Pape, que relata: “Marcos Cardoso metamorfoseou-se pelo mito do Carnaval e suas máquinas: reciclou pó e pano em palácios e castelos, faz-de-conta sem fim, hoje pura linguagem nobre, mergulhada no sensível, no sonho do alquimista que engendra transtornados objetos arfantes”.
A Galeria de Arte Solar é a primeira e única galeria estruturada com curadoria e calendário anual de mostras situada em uma comunidade no Rio de Janeiro. Inaugurada em 2007, já realizou mais de 40 exposições e, nos últimos dois anos, recebeu mais de nove mil visitantes. As mostras duram, em média, dois meses e alternam artistas convidados e alunos do Solar Meninos de Luz. Todos os artistas expositores são convidados a ministrar oficinas com o tema e técnica de sua mostra.

Veja o serviço da exposição clicando no CicloVivo

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