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Conheça a pesquisadora que se tornou a 1ª pessoa do Brasil a chegar até o ponto navegável mais ao sul do mundo

10/06/2025

A bióloga marinha Amanda Giacomo, de 39 anos, realiza o sonho de infância ao trabalhar com pesquisa sobre cetáceos, baleias e golfinhos, e de quebra conquistou um feito inédito para o Brasil. No dia 16 de fevereiro, se tornou a primeira pessoa brasileira que chegou mais ao sul do mundo navegando.
Neste domingo (8), dia Mundial dos Oceanos, o g1 conta a história e os desafios dessa mulher, mãe e pesquisadora que realiza e idealiza novos sonhos e projetos.
Em expedição científica no navio da Marinha Argentina, Almirante Irizar, a pesquisadora e os demais tripulantes navegaram mais ao sul do mar de Weddel, alcançando a latitude de 78°05,225´. Aproximadamente, 7 mil quilômetros em linha reta, a partir de Vitória.
A bióloga ganhou um certificado assinado pelo comandante do navio, Sebastián Alejandro Musa, comprovando o feito inédito.
Mais de 300 tripulantes argentinos estavam a bordo e como a Amanda realizaram igual conquista. A marca anterior, não passava de 77°.
"Foi uma felicidade imensa. O comandante avisou pelo sistema de som", disse a bióloga que fotografou o ponto mais ao sul navegável.
Questionada, a bióloga acredita que o avanço do navio não tem relação com as mudanças climáticas.
"Acredito que tem mais a ver com a localização do gelo e ventos. Onde o ano passado tinha mais gelo, esse ano tinha menos. Um feito do próprio navio. E, por ser a única brasileira a bordo neste momento, então, logrei com eles o feito de ser a brasileira mais austral navegável do mundo", explicou.
Amanda contou ao g1 que trabalhar com baleias e golfinhos, sempre foi um sonho e por lembrar desta conquista a deixa emocionada.
"Desde pequenininha, a gente quer trabalhar com baleia, quer trabalhar com golfinho. E chegar assim, a conseguir trabalhar em todos os locais: no rio, no mar e agora em águas geladas, fico emocionada", relatou.
Amanda destacou que conseguiu atingir o maior número de locais onde os animais que ela estuda estão, analisar diferenças climáticas e comportamento.
"Eu acho que, para mim, eu cheguei no ápice. Porque a gente que é mulher e mãe, enfim, trazer a carreira para tudo isso é muito complicado, mas a gente consegue" — Amanda Giacomo, bióloga marinha.
Amanda Baron Di Giacomo é casada com o também biólogo Joe Barreto, que esteve na mesma região em 2023, mas a expedição que participou não passou de 77° de latitude.
Juntos, são pais do Gael, de 10 anos, e da Ana Lua, de 4.
"A Amanda é a prova que o sonho de criança pode se tornar realidade. Ela sempre quis estudar as baleias da Antártica. Ser a brasileira mais austral de todos os tempos, mostra que a mulher pode chegar onde quiser! Além de excelente mãe e cientista, ainda é uma gata! Eu sou puro amor e orgulho", afirmou o marido da pesquisadora.
A bióloga é de Santa Catarina e se mudou há 14 anos para fazer mestrado em Oceanografia Ambiental na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), estado de onde nunca mais saiu.
Amanda faz doutorado na Ufes e participa do Jubarte.Lab, hub científico com foco em cetáceos que envolve pesquisadores da universidade e cientistas de várias instituições.
Como pesquisadora de baleias e golfinhos foi convidada pela segunda vez para expedições nas águas mais congelantes do planeta. No mesmo período de 2024 a cientista teve sua primeira experiência na Antártica.
"É um projeto de cooperação dentro dos países da Argentina, Uruguai, Chile e Brasil. Essa pesquisa sai do Ushuaia e já começa a monitorar até o final do Mar de Weddel, onde é a parte mais ao sul, em que o navio vai. Fazemos coletas das informações das espécies que a gente encontra nesse caminho", explicou.
Amanda disse que o foco como pesquisadora brasileira são as baleias jubartes, que usam o litoral brasileiro para reprodução.
Quem coordena o projeto é a Fundação Cethus, uma fundação da Argentina que utiliza o navio da Marinha Argentina para atravessar toda a Antártica até a parte mais ao sul, que se conseguiu chegar de navio, já que o trajeto pode ser feito de aeronaves.
"O navio faz um abastecimento das bases argentinas, tanto de pessoal, de troca de pessoal, quanto de alimentação, combustível, enfim, tudo que quem vai ficar lá durante um ano ou durante o período do verão precisa para ficar nessas bases", disse Amanda.
Nesta última expedição, Amanda Giacomo ficou 50 dias nas águas geladas da Antártica e no dia 16 de fevereiro o navio conseguiu avançar como nunca antes.
A pesquisadora, bióloga, doutorando, esposa e mãe de Gael e Ana Lua afirmou ao g1 que já está pronta para a próxima missão!

Fonte: g1

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