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Plantio de mudas, análise da poluição na Baía de Guanabara: estudantes trabalham soluções sustentáveis para problemas reais

01/10/2024

Em meio a um cenário de eventos climáticos extremos e necessidade urgente de mudança de atitude dos seres humanos, escolas e universidades estão se propondo a levar a educação ambiental para além das salas de aula.
Na Zona Norte do Rio, três escolas, Colégio Qi, Matriz Educação e Marista São José, desenvolvem projetos interdisciplinares que conectam os estudantes a temas globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Algumas dessas ações serão apresentadas à comunidade ao longo de outubro.
No Qi, na Tijuca, os alunos do ensino fundamental ao médio estão desenvolvendo o Projeto Qi Multicultural, que busca soluções para problemas reais da comunidade. Alunos da 1ª série do ensino médio constroem equipamentos recicláveis para ajudar animais vítimas de maus-tratos. Já os alunos da 2ª série do ensino médio estão investigando a poluição da Baía de Guanabara.
— Queremos que nossos estudantes compreendam a interconexão entre o aprendizado acadêmico e sua aplicação prática — explica André Marinho, diretor-geral da escola.
Em Rocha Miranda, o Colégio Matriz Educação aposta no Projeto Oil Artesanal, no qual alunos da 1ª série do ensino médio transformam óleo de cozinha usado em cosméticos, como sabonetes. A iniciativa visa não apenas à reciclagem, mas também à geração de renda para moradores da comunidade. Sob a orientação dos professores, o projeto será apresentado na feira de ciências da escola, em outubro.
— O nosso projeto oferece uma alternativa econômica e sustentável, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a comunidade local — destaca Gustavo Galdino, aluno da 2ª série.
No Colégio Marista São José, na Tijuca, em parceria com o Rotary Club e o 76° Grupo Escoteiro do Rio de Janeiro (Gerj), alunos e escoteiros plantaram 103 mudas de ipê-amarelo e grumixama em uma área mapeada da escola, como parte de um projeto de conscientização ambiental. A ação, realizada no mês passado, envolve os estudantes no cuidado contínuo com as mudas, especialmente durante o período de seca.
Matheus Aníbal, vice-diretor administrativo do colégio, explica que o projeto vai além de uma simples ação ambiental:
— O plantio reflete nosso compromisso com a formação integral dos nossos alunos, promovendo não apenas a conscientização ecológica, mas também o desenvolvimento de valores como responsabilidade social e respeito pela natureza — afirma.
A partir de outubro, os alunos vão acompanhar de perto o crescimento das árvores plantadas. A parceria entre o Marista e o grupo de escoteiros já dura 24 anos e envolve jovens de 6 a 21 anos, incluindo ex-alunos e moradores da comunidade. Para Evandro Paranaguá, vice-presidente do 76° Gerj, a atividade de plantio foi uma forma de educar os jovens para a ecologia:
— O escotismo pode atuar diretamente na educação ambiental, mostrando a crianças e adolescentes como cuidar e ter responsabilidade com a natureza.
Na Zona Sul da cidade, durante os últimos dois anos, alunos de Engenharia do Centro Técnico Científico (CTC) da PUC-Rio desenvolveram projetos para solucionar, por meio da engenharia, problemas vividos por moradores das comunidades Parque da Cidade, na Gávea; e Rocinha, em São Conrado. Entre as resoluções encontradas estão a automação da distribuição de água em horta e um novo sistema para notificar o recebimento de itens pelos Correios.
— Os alunos passam por todas as etapas de um projeto de engenharia, desde levantar o problema e fazer a proposta de solução até estabelecer o cronograma e o gerenciamento de recursos. No fim, conseguimos cumprir uma função didática, mas também a função social. Ao se depararem com problemas reais, eles amadurecem rápido, e tem sido bem legal vivenciar isso com eles — opina João Ricardo Nunes, professor do CTC.
A proposta era que os estudantes de graduação pensassem ideias que viabilizassem melhorias nestes locais e que contassem com a adesão da comunidade, além de resultarem no desenvolvimento local. O trabalho teve a participação de um agente ambiental, que também é um líder comunitário, e dos professores.
No Parque da Cidade, foi realizada a automatização da distribuição de água na horta orgânica, enquanto na Rocinha foi desenvolvido um sistema de controle para notificar as encomendas recebidas na associação de moradores, uma vez que algumas ruas não têm CEP, o que dificulta o recebimento de cartas, contas, comunicações e produtos.
— Fizemos uma reforma em nossos currículos para implementar disciplinas que desenvolvam o pensamento crítico e outras habilidades sociais. Fundamentalmente, entendemos que a missão da universidade é formar profissionais com um olhar humano atento para questões importantes para a sociedade. Nossas parcerias nas disciplinas de projeto sempre trazem essa troca. Aprendemos todos juntos —diz Wilson Reis, coordenador da disciplina de projeto integrado do Centro Técnico Científico.
A iniciativa proposta pela faculdade segue as novas diretrizes educacionais do Ministério da Educação.
Em Niterói, em visitas a lugares como a Lagoa de Piratininga — que ganhou recentemente um Centro EcoCultural municipal — ou à Baía de Guanabara, crianças recebem informações para se tornarem adultos conscientes sobre os problemas ambientais do planeta. As dúvidas sobre as mudanças climáticas e o destino dos resíduos, por exemplo, são esclarecidas em aulas ao ar livre.
No próximo mês, a Prefeitura de Niterói vai iniciar o segundo ciclo de oficinas de educação ambiental embarcadas com crianças de escolas municipais, como parte do projeto Inventário da Biodiversidade Faunística da Bacia Hidrográfica Contribuinte da Enseada de Jurujuba. Coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, o programa promove o conhecimento e a integração entre a população local e a biodiversidade da região. O projeto conta com o apoio da Secretaria municipal de Educação e é realizado por equipes do Instituto Moleque Mateiro.
De acordo com o município, no primeiro ciclo, foram oito saídas de barco, cada uma com 25 alunos, atendendo 200 estudantes do 3º e 4º anos da Escola Municipal Professora Maria Ângela, em São Francisco, em uma experiência imersiva no ambiente. A expectativa é que 600 crianças participem até o fim do ano.
As atividades incluem conversas sobre a história da região, observação da fauna e oficinas de foto e vídeo, enquanto os alunos navegam pela orla, passando por Morro do Morcego, praias de Adão e Eva, Museu de Arte Contemporânea (MAC), Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem e área de maricultura de Jurujuba.
Os estudantes, sob a orientação de biólogos e geógrafos, observaram tartarugas marinhas, peixes, aves e crustáceos, além de realizar medições de fenômenos naturais, como velocidade do vento e qualidade da água, utilizando equipamentos modernos e antigos para registrar as descobertas. Além das oficinas, o material fotográfico e audiovisual e as pinturas produzidas pelos alunos durante as atividades serão exibidos em exposições abertas ao público.
Num compromisso na luta pela adaptação e resiliência climática para se alinhar com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a Escola Cultural Mosaico, no Jardim Imbuí, recebeu a Certificação de Boas Práticas em Neutralização de Carbono, criada pela Secretaria do Clima de Niterói.
Ao longo do ano, a escola promove diversas ações de reflorestamento. Na quinta-feira, após o Dia Mundial da Árvore e a entrada da primavera, os alunos realizaram um plantio de 15 mudas nativas, como palmito-juçara, goiaba, uvaia, araçá-da-praia, cajazeira, abiu, cabeludinha e grumixama, para a compensação dos gases emitidos nas recentes queimadas.
Também estão entre as atividades promovidas com as crianças na Mosaico a gestão total de resíduos orgânicos. No projeto Plantando Horta para Colher Floresta, os estudantes usam o adubo da composteira para produzir parte dos alimentos. Foram recicladas duas toneladas na unidade no último ano.
— Reconhecemos a natureza como um lugar de afirmação do direito da criança, do bem viver e do brincar. E por isso a natureza realiza um papel tão importante em nossos processos educativos, contrapondo a ideia de que somente na sala de aula tradicional se constrói conhecimento — explica a diretora pedagógica e fundadora da Mosaico, Elga Baldez.
Com a missão de promover a educação ambiental ao mesmo tempo em que desperta a criatividade artística de crianças e adolescentes, o Projeto Arte de aMAR está atuando em 15 escolas do estado do Rio de Janeiro, com atividades para conscientizar, sensibilizar e educar estudantes e a comunidade escolar sobre questões como o impacto do plástico nos oceanos, a preservação das florestas, a biodiversidade e a importância do reflorestamento. A iniciativa tem workshops presenciais nas escolas, com temas como "O Plástico nos Oceanos", "Reciclagem Criativa" e "Turminha dos ODS".
Na cidade do Rio, escolas em 13 bairros serão contempladas. Entre as próximas estão o Ciep Pablo Neruda, na Taquara, e a Escola Municipal 25 de Abril, na Freguesia.

Fonte: O Globo

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