UERJ UERJ Mapa do Portal Contatos
Menu
Home > Atualidades > Notícias
Cobertura de gelo no Ártico segue tendência de declínio contínuo desde 1979

18/04/2024

Post no X levanta dúvida sobre o aquecimento global ao expor dados que mostram que, em março deste ano, a extensão de gelo no oceano Glacial Ártico atingiu o maior nível desde 2013. Isso, segundo o post, refutaria a tese de que o aumento da temperatura do planeta está provocando derretimento progressivo de calotas no Ártico.
No entanto, como verificado pelo Comprova, a análise que baseia o post é enviesada. De fato, março de 2024 registrou o maior nível de extensão de gelo no oceano Ártico desde o mesmo mês de 2013. Porém, a análise da série histórica, ao ser ignorada, resulta em conclusão enganosa. Segundo a Nasa, desde 1979, quando a medição teve início, a extensão máxima da cobertura de gelo no Ártico segue uma tendência de declínio contínuo desde 1979. O parâmetro é verificado no mês de março, no fim do inverno no hemisfério Norte, quando o gelo atinge o maior nível anual.
De acordo com a Nasa, observações de satélites mostram que a área total coberta por gelo no Ártico atingiu 15,6 milhões de quilômetros quadrados em 14 de março deste ano. Desde 1979, houve uma redução de 1,68 milhão de quilômetros quadrados, área equivalente ao território do Alasca ou ao do Irã. A análise está disponível no site da National Snow & Ice Data Center (NSIDC), da Universidade do Colorado.
A Nasa afirma que, além da perda contínua da extensão de gelo no oceano Ártico, a medição de sua espessura mostra que um volume menor de gelo vem conseguindo se manter nos meses mais quentes do ano. Segundo a agência, isso significa que maior quantidade de novo gelo deve se formar a cada ano a partir do zero, em vez de se acumular sobre gelo antigo para formar camadas mais espessas, que são menos propensas a derreter. No site da agência, a cientista Linette Boisvert conclui que "dentro de algumas décadas teremos verões essencialmente sem gelo", e com a maior parte do oceano Ártico exposta ao sol.
O resultado disso, segundo a cientista, é que o oceano acaba retendo a radiação solar, aquecendo os oceanos e a atmosfera da Terra. Por outro lado, com maior cobertura de gelo no verão, a superfície reflete a radiação solar, contribuindo para o resfriamento do planeta.
O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa na Folha de S. Paulo

Novidades

Produção local de alimentos pode garantir cidades mais saudáveis

30/04/2024

O que têm em comum as cidades de São Paulo, Recife e Curitiba? A resposta é alarmante: mais da metad...

Paraná testa composto japonês que transforma lodo em fertilizante

30/04/2024

A Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) usará um composto produzido no Japão para transformar ...

Mais de 80% das queimadas no Pantanal são causadas por humanos, diz pesquisadora

30/04/2024

O Pantanal é um bioma adaptado ao fogo e se recupera em ciclos, mas a atividade humana é a principal...

Qual distância é segura para uma torre eólica? O embate em Pernambuco sobre impactos da ´energia limpa´

30/04/2024

Pernambuco está no centro de um conflito envolvendo a energia eólica, setor econômico que passa por ...