
23/02/2021
Uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriácea), também conhecida como tartaruga gigante, com cerca de 300 kg, foi encontrada na noite da última sexta-feira (19) depositando seus ovos na Praia do Suarão, em Itanhaém, no litoral paulista. De acordo com o Instituto Biopesca, que acompanhou o procedimento, a espécie está em risco de extinção.
Segundo o instituto, a equipe que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) passou a monitorar o ninho do animal. O Biopesca foi acionado por volta das 20h20 e adotou todos os procedimentos necessários para proteger o local e a tartaruga, como apagar as luzes do entorno e pedir para a população se manter afastada, não fazer fotos com flash e manter silêncio, além de cercar o trecho.
A equipe esclarece que a tartaruga, que mede 1,77m de comprimento, foi anilhada, procedimento que consiste na colocação de uma espécie de brinco de metal e colabora para estudos voltados à conservação da espécie. Logo após o fim dos procedimentos, a tartaruga voltou ao mar.
Conforme explica a médica veterinária do Biopesca Vanessa Ribeiro, o ninho foi vistoriado e seguirá sendo monitorado, com o auxílio de especialistas. “Pedimos à população que continue colaborando e se mantenha afastada do local”, reforça.
Vanessa conta que a tartaruga-de-couro encontrada em Itanhaém é classificada como animal Criticamente em Perigo de Extinção. Ela explica que essa espécie é oceânica, ou seja, não costuma ficar próxima à costa, por isso, foi uma surpresa encontrá-la realizando a desova no litoral de São Paulo.
A veterinária esclarece que essa tartaruga costuma desovar apenas na região Norte do Espírito Santo, mas teve registros recentes de desova no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e, agora, na Baixada Santista. O motivo ainda está sendo investigado pelo Instituto Biopesca.
Segundo a especialista, em mais de cinco anos desde o início do projeto da PMP-BS, essa foi a única vez que essa espécie desovou na região, que também não possui registro de outro aparecimento antes desse período. A tartaruga estava sendo acompanhada já há alguns dias, quando foi vista por banhistas em Praia Grande, também no litoral de São Paulo. O instituto chegou a receber três chamados, mas em nenhum deles o animal saiu da água.
Conforme Vanessa, a Praia do Suarão possui menos iluminação e movimentação do que as de Praia Grande, motivo que proporcionou a desova do animal.
O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O monitoramento é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o ´Trecho 8´, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, os moradores podem entrar em contato pelos telefones 0800-6423341, durante horário comercial, ou (13) 99601-2570, pelo WhatsApp e chamadas.
Fonte: G1

Rio Maracanã começa a ser despoluído, após décadas de despejo esgoto irregular
01/07/2025
Mudanças ambientais forçam agricultores paulistanos a trocar hortaliças por frutas
01/07/2025
Sem ampliar áreas verdes, São Paulo caminha para recordes de temperatura
01/07/2025
Órgãos ambientais são acionados para investigar falta de repovoamento de peixes há mais de uma década no Rio Paraná
01/07/2025
Plantas exóticas invadem áreas degradadas no Rio Grande do Sul
01/07/2025
Do fogo à vida: a jornada da onça-pintada que sobreviveu aos incêndios e deu à luz no Pantanal
01/07/2025