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Pesquisadores montam frente para evitar destruição de geoglifos e querem observatório permanente: ´nossa memória´

15/09/2020

O aterramento de sítios arqueológicos, os chamados geoglifos, durante o processo de plantio de grãos no município de Capixaba, no interior do Acre, acendeu mais um alerta.
E para evitar a destruição desses monumentos - que podem dar pistas de como viveram os povos da Amazônia antes da chegada dos colonizadores europeus - será criada uma frente de trabalho em defesa dos geoglifos composta por pesquisadores. Esse grupo vai se nortear em 7 eixos, entre os quais a construção de um observatório permanente.
A reunião ocorreu no dia 11 e foi convocada pelo Museu Universitário da Universidade Federal do Acre (Ufac), em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Universidade de São Paulo (USP) e com o professor e pesquisador Alceu Ranzi. O encontro também teve a participação de pelo menos 40 pessoas de diferentes instituições e localidades.
A reunião foi coordenada pelo diretor do museu universitário, professor Gerson Albuquerque. Ele destacou que a mobilização é para garantir a preservação do patrimônio histórico do estado.
“É parte do patrimônio cultural acreano, dessa nossa grande Amazônia, e o que está na parte acreana é um pouco responsabilidade da Ufac. A ideia de a gente protagonizar esse novo debate é porque a universidade não pode ficar omissa diante da situação”, esclareceu o diretor.
No mês de agosto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acionou o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal após descobrir que sítios arqueológicos, onde estão três geoglifos, na Fazenda Crixa II, na cidade de Capixaba, interior do Acre, tinham sido aterrados durante o processo de plantio de grãos.
A propriedade pertence ao presidente da Federação da Agricultura do Acre, Assuero Veronez, que justificou que o aterro foi um "acidente" no processo de aragem para o plantio. Segundo ele, os tratoristas não observaram a estrutura no chão.
Estruturas geométricas escavadas na terra, os geoglifos têm formatos de quadrados, retângulos ou círculos. Foram descobertos na Amazônia na década de 1970, com o aumento dos desmatamentos. Começaram a ser melhor estudados a partir dos anos 2000.
Essas figuras gigantes teriam sido construídas por civilizações que ocuparam o sul da Amazônia, antes da formação da floresta e seriam usadas em cerimônias e rituais religiosos. Só no Acre, existem 800 catalogados pelos pesquisadores.
O diretor alerta que outros geoglifos correm risco de destruição e é preciso trabalhar na preservação deles.
“Nossa preocupação é em fazer um catálogo para criar uma rede de instituições que possam atuar na proteção dessas áreas, porque isso é a nossa memória e que está aí antes da chegada dos colonizadores, então, é uma memória que a gente não pode perder. Tem que estudar, tem que entender o que isso representou no passado e o que tem para nós no presente e isso é papel da universidade”, pontuou.

Para saber quais os eixos em defesa dos geoglifos acesse o G1

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