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Morcegos atacam cães na Região Oceânica de Niterói e deixam moradores assustados

09/07/2020

Em plena pandemia do novo coronavírus, moradores do Bairro Peixoto, em Itaipu, Região Oceânica, precisam se preocupar também com outra ameaça à saúde pública. Desde maio, eles convivem com uma onda de ataques de morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) a animais domésticos. No período, mais de dez cães foram mordidos na região. Os ataques ocorrem sempre à noite ou de madrugada, e a situação recorrente tem deixado os moradores em alerta devido ao risco de transmissão do vírus da raiva.
Conhecido como morcego-vampiro, os animais fazem suas colônias somente nas zonas de mata, como é o caso da localidade afetada, que fica junto ao Parque Estadual Serra da Tiririca (Peset).
Os moradores contam que, em junho, ao ser acionado para visitas sanitárias nas casas, representantes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da prefeitura confirmaram que as lesões nos animais eram provenientes de mordidas de morcegos e que o procedimento mais adequado seria vacinar todos os animais domésticos que vivem num raio de cem casas dos locais onde ocorreram os incidentes. Mas, ainda segundo os moradores, os agentes disseram que isso não seria possível porque a Secretaria estadual de Saúde não havia fornceido vacinas antirrábicas ao município este ano.
Enquanto a situação não se resolve, os donos dos pets atacados estão levando os animais ao veterinário para vaciná-los. É o caso de Cláudia Ruiz, moradora da Rua Ignez Peixoto. Ela conta que seus dois cachorros foram atacados três vezes em maio antes de ela perceber do que se tratava:
— No início, achei que eles estavam pisando em algum vidro quebrado ou algo do tipo. Só descobri que eram ataques de morcego quando um vizinho viu um deles mordendo a pata do seu cachorro e, quando me mostrou a lesão, percebi que era idêntica às dos meus. Nunca vi nada parecido desde quando passei a morar aqui, em 1995.
Cláudia relata ainda que, após o ocorrido, os cães ficaram dormindo dentro de casa durante três semanas. Assim que voltaram ao quintal, foram novamente mordidos. Na noite de segunda-feira (6), a situação se repetiu mesmo após ela seguir a orientação do CCZ de deixar a luz externa acesa para afastar os morcegos. Desde então, os bichos voltaram a dormir dentro de casa.
— Chamei os agentes do CCZ e, ao examinarem os meus dois cachorros, concluíram que, mesmo estando com a vacina em dia, era preciso levá-los para tomar mais duas doses: uma imediatamente e outra em 30 dias. Paguei R$ 80 por vacina e, no fim desse mês, vou pagar novamente — explica ela.
Morador da mesma rua de Cláudia, André Nascimento também precisou dar mais uma dose de vacina em seu dálmata. No último dia 30, após constatar um machucado na pata do animal, olhou as imagens das câmeras de segurança e confirmou que se tratava de uma mordida de morcego ocorrida na noite anterior.
— Desde o ocorrido, o bichinho passou a dormir dentro de casa para evitar novos ataques e uma eventual anemia por perda de sangue, pois, conforme a veterinária dele me explicou, o sangramento não estancava porque a saliva do morcego é anticoagulante. Tratei da lesão com pomada e remédio coagulante — detalha Nascimento. — Até hoje aparecem morcegos de madrugada no mesmo local em que ele dormia.
Ainda na Rua Ignez Peixoto, um pitbull foi mordido três vezes entre maio e junho, diz o tutor do animal, Luiz Gustavo Barreto:
— Desde que comecei a deixar as luzes da varanda acesas, ele não foi mais mordido. As feridas e o sangue no quintal sumiram. Consultei o veterinário, mas ele disse que não era necessário dar uma nova vacina, porque a última ainda era muito recente.
Também nas redondezas, uma cadela vacinada foi atacada por um morcego na parte externa de casa na Rua Vera Lúcia Peixoto. Mas, segundo Vanessa Campos, dona da cocker spaniel, o caso aconteceu em fevereiro: três meses antes da onda de ataques que se alastrou pela vizinhança:
— Quando aconteceu, pensamos que ela tinha furado a patinha num espinho. Só me toquei que tinha sido um morcego quando começaram a pipocar vários casos no bairro. Depois disso, mesmo dormindo fora de casa, ela não foi mais mordida. Hoje, ela dorme na área de serviço e, por sorte, ficou bem.
Em dezembro do ano passado, dois cães de grande porte foram mordidos por morcego numa casa da Rua Scylla Souza Ribeiro, conta Romeu Emygdio, dono dos pets. A rua fica às margens da mata do Peset. Para ele, houve algum desequilíbrio no habitat dos morcegos da região, "pois não é comum que, de uma hora para outra, tantos ataques ocorram ao mesmo tempo":
— No mesmo dia em que indentifiquei os machucados, levei os meus dois cachorros ao veterinário, que atestou ser mordida de morcego. Mas eles estavam com as vacinas em dia, então precisou tomar apenas uma medicação de reforço. Desde então, tenho deixado a luz externa da casa acesa, e os morcegos não apareceram mais.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) não respondeu se há vacina em seu estoque, mas informou que aguarda posição do governo estadual para iniciar o planejamento da Campanha de Vacinação Antirrábica, uma vez que a Secretaria estadual de Saúde é a responsável pela distribuição das doses. Disse ainda que a informação sobre vacinar todos os animais nas residências do entorno não procede, uma vez que a recomendação do Ministério da Saúde é de que os donos dos animais atacados os tirem do ambiente, iluminem a região onde ocorreu o incidente e reforcem a vacinação.
A Subsecretaria estadual de Vigilância em Saúde (SVS) informa que a campanha de vacinação contra raiva está prevista para setembro, mas ressalta que a aquisição das vacinas é de competência do Ministério da Saúde e que, ao recebê-las, distribuirá a todos os municípios fluminenses, incluindo Niterói. A previsão é de que as doses cheguem em agosto, acrescenta a SVS.
O CCZ informa que é importante evitar o contato de pessoas e animais domésticos com animais silvestres, principalmente morcegos e micos. Em caso de contato ou acidente envolvendo pessoas com esses animais, a orientação é lavar o local com água e sabão em abundância e procurar imediatamente uma unidade de saúde. Se o acidente envolver animais, é necessário acionar o Centro de Controle de Zoonoses pelo telefone 2625-8441.

Fonte: O Globo

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