09/07/2020
Mestrando em biologia de fungos, algas e plantas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Cauê Oliveira é integrante do grupo de pesquisa Monitoring and Inventorying Neotropical Diversity of Fungi (MIND.Funga) pela mesma instituição. O bolsista é coautor do livro infantil, “A descoberta nas pequenas coisas”, feito pelo grupo para incentivar o estudo científico e a participação da comunidade local na escolha do nome para o fungo, conhecido por tornar as formigas “zumbis”.
Fale um pouco sobre o seu trabalho.
O meu trabalho é sobre a investigação taxonômica e a história evolutiva de um grupo específico de fungos do gênero Laetiporus e espécies próximas. Além disso, tive a oportunidade de escrever um livro infantil com meus colegas do grupo de pesquisa MIND Funga, coordenado pelo Prof. Elisandro Ricardo Drechsler-Santos, que pretende mostrar para o público infantil como é o trabalho de um micólogo taxonomista – biólogo que estuda, descreve, identifica e classifica os fungos – desde a descoberta de uma nova espécie em campo até a finalização do trabalho, com a publicação de um nome científico para a mesma em revistas científicas.
Como surgiu a ideia do livro?
Nosso grupo tem um projeto participante do Programa de Pesquisa em Biodiversidade de Santa Catarina (PPBio-PELD), dentro do Parque Nacional de São Joaquim, na serra catarinense. Ali surgiu a ideia do livro, com o intuito de inserir a comunidade do entorno nas atividades de pesquisa que realizamos e deixar com que eles façam a escolha do nome científico de uma das espécies que descobrimos no local. Escolhemos um fungo muito interessante como tema do livro, os fungos que infectam as formigas e passam a controlá-las. Conhecidos popularmente por fungos que tornam as formigas zumbis, eles são uma espécie ainda não descrita para a ciência.
Como o fungo contamina a formiga?
Os esporos dos fungos, ao serem levados pelo vento, podem se pregar ao corpo das formigas que vivem naquela região. Ao entrar pelo sistema respiratório eles atingem, principalmente, o sistema nervoso, e passam a controlar todas as ações do inseto. Essas formigas vão apresentar comportamentos diferentes, como por exemplo, subir grandes alturas em árvores. Então, o parasita começa a consumir toda a parte interna da formiga e ali vai se propagar novamente. O fungo prefere locais mais altos, porque assim seus esporos poderão alcançar áreas maiores para a contaminação.
O fungo representa algum perigo para os seres humanos?
Não. Até o momento não há registros de um fungo que ataque o sistema nervoso humano.
Para terminar de ler esta entrevista, acesse o site da Capes
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