19/09/2019
Um mapeamento realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (SP) identificou que a maioria das bactérias está resistente à limpeza diária e que o celular é uma das principais fontes de contaminação nesses ambientes.
Os resultados do estudo foram publicados em artigo na revista inglesa “Fronteiras na Saúde Pública”, em agosto deste ano. Segundo o pesquisador Lucas Ferreira Ribeiro, o objetivo do grupo é alertar profissionais da saúde sobre a importância da revisão constante dos protocolos de higiene.
“Às vezes, o contato com determinado paciente e o toque em outras superfícies dentro da própria UTI, você pode criar contaminações cruzadas dentro deste ambiente. Então, há a necessidade de estar vigilante e comprometido com a higienização adequada”, diz.
A pesquisa destaca ainda que o uso de antibióticos não é o único fator que torna as bactérias resistentes. O uso do mesmo produto químico diariamente também leva os microrganismos - principalmente os que são potencialmente mais preocupantes - se tornarem adaptados e ele.
Para mapear as comunidades de microrganismos, o grupo coletou amostras de superfícies que devem ser limpas diariamente, como colchões, camas, maçanetas e respiradores, em dias de funcionamento normal, sem que as equipes de enfermagem fossem avisadas.
Também foram recolhidas amostras das superfícies de computadores, celulares e pastas de prontuários que estavam nas UTIs, assim como dos jalecos utilizados pelos profissionais. As coletas ocorreram antes e logo após a limpeza diária com produtos específicos.
“Observamos que na UTI pediátrica havia uma diversidade maior de microrganismos e isso pode estar relacionado à entrada e à saída maior de visitantes. Em ambos encontramos esses microrganismos relacionados com infecções hospitalares”, afirma Ribeiro.
O pesquisador destaca que muitas bactérias podem estar em visitantes saudáveis e não gerar nenhum tipo de problema, mas, em ambiente de UTI, especialmente pediátrica, esses microrganismos oferecem mais risco, devido à vulnerabilidade dos pacientes.
“Mesmo após a limpeza, não houve a diminuição efetiva de bactérias relacionadas com infecção hospitalar. Então, há a necessidade de rever esses protocolos, buscar outros mais eficientes ou mesmo ter rotatividade, não só de limpeza, mas da parte de higienização”, diz.
Leia a reportagem na completa no G1
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