
14/11/2017
No tempo dos dinossauros, o mar não estava para peixe. Uma amostra de solo submarino de 94 milhões de anos, encontrada na costa sudoeste da Austrália, indica que o Oceano Índico passou por momentos de total ausência de oxigênio. Anunciada nesta semana, a descoberta foi feita pela equipe de pesquisadores da Expedição 369 do Programa Internacional de Descoberta do Oceano (IODP, em inglês).
O achado avança o conhecimento sobre as condições climáticas da Terra no período Cretáceo – aquele que foi encerrado com a extinção dos dinossauros.
A equipe internacional de cientistas envolvida na descoberta trabalha a bordo do navio de perfuração JOIDES Resolution, em uma missão de dois meses que termina no fim de novembro. Três brasileiros integram a missão, formada por profissionais de 15 países.
A ausência de oxigênio no oceano, conhecida como evento anóxico, já foi comprovada em outros locais no mundo. Estes “eventos” são inclusive a origem do petróleo, quando a matéria orgânica depositada “encontra” as condições ideais para isso. As razões dessas ocorrências nunca foram totalmente compreendidas. Apenas se sabe que ocorreram muitas vezes durante o período Cretáceo (145 a 60 milhões de anos atrás), a era dos dinossauros, quando a Terra era quente, farta de vida e fértil.
Com a falta de oxigênio no mar, a matéria celular dos seres vivos foi preservada, e se formaram camadas ricas e muito escuras no subsolo marítimo. A presença de uma camada desse tipo em altas latitudes (no período Cretáceo, o local perfurado estava em outro ponto, a 60 graus sul) pode preencher uma lacuna importante na compreensão das causas de uma enorme mudança climática nos oceanos, ocorrida há quase cem milhões de anos.
O micropaleontólogo Brian Huber, um dos líderes da equipe, está entusiasmado com o achado e afirma que o estudo detalhado deste intervalo anóxico ajudará a resolver a controvérsia de mais de 40 anos sobre a causa dos eventos anóxicos em vários lugares do mundo.
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