10/08/2017
Enquanto o presidente americano considera as mudanças climáticas uma “farsa”, um relatório produzido por cientistas de 13 agências federais conclui que os EUA já sofrem com o aquecimento global e que a influência humana neste processo é “inequívoca”. O documento, datado do fim de junho, ainda precisa passar pelo crivo presidencial. Ele faz parte da Avaliação Nacional do Clima, que o governo é obrigado por lei a realizar a cada quatro anos, e coloca pressão sobre Donald Trump, que terá que escolher entre as evidências científicas apresentadas e sua base de apoio conservadora, que nega o papel do homem na alteração do clima do planeta.
“Não há explicações alternativas, e nenhum ciclo natural é identificado nos registros observacionais que possa explicar as mudanças no clima”, diz o relatório com quase 700 páginas. “As evidências para um clima em mudança são abundantes, desde o topo da atmosfera até as profundezas dos oceanos”.
O documento deixa claro que se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas, as consequências para o futuro serão ainda mais negativas. Em relação ao período pré-industrial, a temperatura média nos EUA já subiu 0,7 grau Celsius, e as projeções indicam um futuro muito mais quente. Caso as emissões globais alcancem o pico em 2040, e depois comecem a decair — o cenário considerado mais provável —, a previsão é que o aquecimento no fim do século alcance 3,1 graus Celsius na região Centro Oeste americana, a mais afetada do país. No pior dos cenários, com aumento contínuo das emissões, o aquecimento previsto é de 5,3 graus Celsius.
Segundo os cientistas, mesmo que aconteçam cortes significativos nas emissões de gases-estufa, as temperaturas médias nos EUA irão aumentar ao menos 2,5 graus Celsius entre 2036 e 2065. No mundo, 15 dos últimos 16 anos foram os mais quentes já registrados. Segundo a Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (NOAA), 2017 será o segundo ano mais quente já registrado nos EUA. Mesmo que a Humanidade pare de emitir gases-estufa hoje, o mundo ainda irá aquecer 0,3 grau Celsius, afirma o relatório.
— Cada incremento no aquecimento é um incremento no risco — afirmou Chris Field, da Universidade Stanford, em entrevista à Associated Press.
No dia 1º de junho, Trump anunciou a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris, esforço avalizado por 194 países para manter o aquecimento médio do planeta abaixo de 2 graus Celsius no fim do século. Para os leigos, pode parecer pouco, mas essa pequena variação irá produzir consequências negativas em várias partes do mundo. Como comparação, um aumento de 2 graus na temperatura corporal de uma pessoa representa um estado febril grave.
A matéria pode ser lida em O Globo
Maior peixe do mundo, tubarão-baleia encanta banhistas na Praia da Barra da Tijuca
25/04/2024
Bando de quatis ‘invade’ casa no Itanhangá
25/04/2024
Macacos bugios voltam ao Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro
25/04/2024
Com uso de energia renovável, Shopping Penha conquista certificação internacional
25/04/2024
Produtos de limpeza ecológicos trazem benefícios para a saúde
25/04/2024
Minas Gerais zera ICMS para compra e venda de resíduos
25/04/2024