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Pesquisa analisa risco de morte por ingestão de plástico para animais marinhos

18/11/2025

Uma equipe internacional de pesquisadores apresentou a primeira análise quantitativa detalhada do risco de morte trazido pela ingestão de plástico para animais marinhos (tartarugas, aves e mamíferos). De acordo com a análise, a frequência de ingestão e o risco mais sério envolvem as tartarugas-marinhas – cerca de 5% da amostra desses animais estudada por eles morreu por conta do plástico.
O trabalho, coordenado por Erin Murphy, da ONG Ocean Conservancy, é assinado também por Robson Santos, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Alagoas, entre outros colaboradores. Detalhes da pesquisa acabam de sair no periódico especializado PNAS, publicado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Murphy, Santos e seus colegas estudaram apenas a ingestão de pedaços relativamente grandes do material, os chamados macroplásticos, que têm diâmetro igual ou maior a 5 milímetros. Embora os microplásticos, com dimensões menores que essas, sejam um problema igualmente relevante, a equipe queria investigar os riscos de morte aguda associados aos objetos de plástico com dimensões maiores.
Ou seja, o foco não eram os efeitos de longo prazo sobre a saúde dos animais, mas a possibilidade de rupturas ou obstruções do sistema digestório, no estômago ou no intestino, por exemplo, que poderiam levar as espécies marinhas à morte de forma rápida.
Para investigar isso, eles coletaram e analisaram informações sobre necropsias realizadas com animais desses grupos ao longo de décadas, num total de mais de 10 mil indivíduos. A amostra incluiu 57 espécies de aves marinhas, 31 espécies de mamíferos aquáticos e 7 espécies de tartarugas.
Os pesquisadores destacam que uma proporção significativa dos animais que eles estudaram teve sua morte atribuída, durante as necropsias, a fatores que não tem relação nenhuma com a ingestão de poluentes ou com um estado geral de saúde ruim.
Entre essas causas destacam-se interações negativas com a prática pesqueira (ficando presos em redes por engano, por exemplo), o que corresponde a 16% das mortes de tartarugas-marinhas e aves, ou o choque com embarcações (12% das mortes de mamíferos). Isso aumenta, em parte, a confiança da equipe de que eles não estão usando uma amostra enviesada, abrangendo apenas os animais mais vulneráveis aos macroplásticos.
Entre os indivíduos avaliados, a equipe constatou a ingestão de um ou mais tipos de plásticos em 35% das aves marinhas, 12% dos mamíferos e 47% das tartarugas-marinhas. A associação direta entre comer o material e morrer foi mais baixa no caso dos mamíferos (como baleias, por exemplo), levando 0,7% do total de indivíduos do grupo à morte. No caso das aves, o número é mais que o dobro, mas ainda baixo: 1,6%.
Os pesquisadores também observaram que alguns tipos de plástico são mais perigosos para diferentes grupos de animais marinhos, o que está associado com variações no organismo, na alimentação natural e no ciclo de vida dessas espécies —algumas fases do ciclo de vida e algumas espécies estariam mais sujeitas ao perigo por causa de seus hábitos, que acabam facilitando a confusão do plástico com alimento de verdade.
Fragmentos de borracha são os mais perigosos para as tartarugas, enquanto equipamentos de pesca e plástico de consistência dura trouxeram mais risco para mamíferos marinhos e aves, respectivamente.
Por fim, a equipe também usou um modelo matemático para estimar qual a dose de ingestão que aumenta muito o risco de mortalidade —estatisticamente, a que seria capaz de levar à morte 90% dos animais que comerem aquela quantidade de plástico.
Levando em conta uma unidade padronizada de fragmento plástico com 5 mm, 23 pedaços seriam suficientes para causar esse efeito em aves, 29 pedaços em mamíferos marinhos e 405 pedaços em tartarugas-marinhas, em média. Parece muita coisa, mas a concentração cada vez maior de lixo plástico nos oceanos faz com que a ingestão de quantidades tão grandes seja menos improvável do que parece.

Fonte: Folha de S. Paulo

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