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Estudo revela que incinerar “lixo” é caro e perigoso

13/11/2025

No início de 2025, dados do “Circularity’s Time Has Come“, da Boston Consulting Group (BCG) mostram que o mundo joga no lixo, literalmente, quase 200 bilhões de euros desperdiçados anualmente em materiais recicláveis que poderiam ser aproveitados. Se jogar dinheiro no lixo é uma absurda, a incineração desse material consegue ser ainda pior, já que traz junto a liberação de poluentes e o uso desnecessário de energia.
Mas é isso que a prefeitura de São Paulo pretende com a construção de três usinas de incineração, chamadas de Unidades de Recuperação Energética.
No caminho contrário, pesquisadores afirmam que incinerar resíduos não é o melhor caminho, nem para São Paulo e nem para outras cidades. Isso porque, além do aumento da produção atmosférica e sonora, a incineração significa uma série de oportunidades perdidas: implementar a circularidade poderia não só reduzir custos e volatilidade nas cadeias de abastecimento, como também criar vantagens competitivas e minimizar os impactos ambientais.
O estudo publicado pelo Instituto Pólis e pela Aliança Resíduo Zero Brasil, com apoio da GAIA (Global Alliance for Incinerator Alternatives) e do Urban Movement Innovation Fund revela revela que o modelo de incineração, além de altamente poluente, é financeiramente inviável e gera impactos negativos para a saúde pública e para o trabalho de catadores de materiais recicláveis.
Entre os resultados da pesquisa “Recuperação Energética de Resíduos Sólidos Urbanos: Mitos e Fatos sobre Incineração e Outras Formas de Tratamento Térmico” está a conclusão importante de que a incineração de resíduos sólidos urbanos, frequentemente apresentada como solução tecnológica de ponta para o problema do lixo, pode representar um retrocesso ambiental, econômico e social para o Brasil.
Lançado às vésperas da COP 30, a primeira Conferência do Clima da ONU sediada na Amazônia, o estudo do Instituto Pólis surge em um momento estratégico para o debate ambiental global. A publicação reforça a urgência de priorizar soluções realmente sustentáveis para a gestão de resíduos urbanos, num contexto em que o Brasil se prepara para apresentar compromissos climáticos renovados e políticas de transição justa.
O relatório evidencia que a queima de resíduos gera apenas 1,7 emprego a cada 10 mil toneladas de lixo, enquanto a reciclagem semimecanizada cria 321 empregos no mesmo volume, além de preservar energia e reduzir a extração de matérias-primas.
A incineração envolve a queima de resíduos como papel, plástico e restos de alimentos, tanto comerciais como residenciais, para produzir eletricidade. Adicionalmente à geração de energia, produz cinzas, dióxido de carbono, poluentes atmosféricos e outros resíduos tóxicos.
De acordo com os dados apresentados no estudo, o custo de instalação de uma planta de incineração no Brasil varia entre R$ 14.500 e R$ 27.000 por kW, enquanto a energia solar custa de R$ 2.500 a R$ 5.000 por kW — ou seja, o mesmo investimento poderia gerar em média até 8 vezes mais energia se direcionado à energia solar.
Além disso, a incineração pode emitir até 1.707g de dióxido de carbono por kWh, contra 88g da média da matriz elétrica brasileira, que é predominantemente renovável.
Os números do estudo evidenciam que a incineração aumenta o custo da energia elétrica para os consumidores. De acordo com dados globais, é uma das formas mais caras de se gerar energia, com custos quase quatro vezes maiores do que a energia solar e eólica, mais que o dobro do gás natural e 25% superiores aos da energia a carvão.
Em países de renda média semelhante à brasileira, a incineração custa de 3 a 10 vezes mais por tonelada (dólares/tonelada) para tratar os resíduos em comparação à reciclagem/compostagem ou aterro sanitário.

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