14/11/2024
Trinta países estão a ponto de impor a suas empresas normas contábeis sobre o clima harmonizadas a nível internacional, anunciou nesta terça-feira (12) o organismo que as desenvolveu, o Conselho de Normas Extra-Financeiras Internacional (ISSB)
Essas normas, que padronizam como as empresas revelam os riscos da mudança climática para seu futuro e como contabilizam suas emissões de gases de efeito estufa, são desenvolvidas pelo ISSB.
O objetivo do ISSB é permitir que os investidores tenham dados confiáveis para saber se estão investindo em empresas que estão altamente expostas ao risco climático e como isso pode afetar seus portfólios de ações.
Além disso, ao padronizar a contabilidade do carbono, incluindo as emissões indiretas de gases do efeito estufa das empresas, as novas normas buscam regular mais rigorosamente as afirmações das empresas que se dizem verdes ou neutras em carbono.
Nesta terça-feira, durante a COP29, o ISSB anunciou que 16 jurisdições (incluindo Brasil, Austrália, Bangladesh, Singapura, Taiwan, Nigéria e Turquia) tomaram decisões para aplicar essas normas em seus territórios, e que outras 14 estão em processo de fazer o mesmo (incluindo Canadá, Quênia, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China). A União Europeia tem normas compatíveis com as do ISSB e está incluída nas primeiras 16 jurisdições.
"Metade dos 30 países são nações emergentes em pleno desenvolvimento, como Bangladesh, Sri Lanka, Malásia, Nigéria, Quênia e outros na África", celebrou o diretor do ISSB, Emmanuel Faber, que qualificou essa adoção como "uma mudança fundamental".
"Observam-se claras evoluções no consenso político em todas as partes", disse à AFP.
"As cadeias de valor são globais, e os países africanos precisam de capital. Quando observam nossas normas, o fazem porque pensam que ao implementá-las poderão atrair capital", continuou Faber, que avaliou que essas normas, ao tornar a situação das empresas locais em relação ao clima mais transparente, lhes permitirão obter empréstimos a melhores taxas.
Segundo Faber, a China espera finalizar sua primeira norma nos próximos meses, um passo crucial dada a importância do país nas cadeias de valor mundiais.
As empresas podem utilizar voluntariamente esses padrões em seus relatórios anuais. Segundo o ISSB, essa é a intenção de mil empresas, incluindo gigantes como Unilever, Bank of America, Alibaba, Pfizer e Tata.
Fonte: Folha de S. Paulo
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