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Oceanos quentes transformam chuvas em catástrofes pelo mundo; entenda elo entre Espanha, RS e Saara

05/11/2024

A chuva que atingiu a Espanha nesta semana transformou ruas em rios, causou destruição e matou mais de 200 pessoas. No início de outubro, o furacão Milton deixou parte dos EUA em alerta e obrigou moradores a evacuarem cidades inteiras. Na África, parte do deserto do Saara ficou alagado. No Rio Grande do Sul, mais de 180 pessoas morreram após temporais em abril.
Não é apenas impressão, as chuvas estão cada vez mais intensas. Segundo especialistas, os fenômenos estão interligados pelo aquecimento dos oceanos.
🔥 Estamos vivendo extremos de calor. O ano de 2023 foi o mais quente já visto na história, e 2024 segue esta tendência. As temperaturas poderiam ser ainda mais elevadas se não fosse a atuação dos oceanos: eles retêm 90% de todo o calor gerado na atmosfera pelo aumento das emissões de gases do efeito estufa.
Como resultado, as águas estão mais quentes, provocando consequências. O que os especialistas explicam é que, devido ao aumento da temperatura, os oceanos estão emitindo mais umidade, fazendo com que as chuvas tenham mais volume.
Os oceanos têm papel importante na contenção do calor sobre a atmosfera, só que isso está elevando significativamente sua temperatura e impactando a atmosfera. Se continuar assim, vamos viver catástrofes em série.
— Regina Rodrigues, referência em pesquisas sobre o Atlântico e suas ondas de calor e que atua na Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Por que os oceanos transformam chuvas em catástrofes?
O primeiro ponto é entender como e por que os eles estão ficando mais quentes. Tudo começa com o aumento das concentrações de gases do efeito estufa gerados pela atividade humana, responsáveis pelo aquecimento global.
🔥 Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a concentração desses gases atingiu níveis sem precedentes em 2023 – os dados são divulgados sempre no ano seguinte.
Em 2023, as concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO2), o gás de efeito estufa mais abundante na Terra, ultrapassaram os níveis da era pré-industrial em 151% (definida pelo ano de 1750), alcançando o pico de 420 ppm (partes por milhão - o número de moléculas do gás a cada milhão de moléculas de ar).
🔥 Quando há mais desse gás no ar, o planeta se aquece mais do que o normal. Os oceanos são grandes ‘bolsões’ de calor, retendo o excesso de temperatura que está na atmosfera.
Esse calor é, depois, liberado pouco a pouco em forma de umidade na atmosfera. O problema é que, com o aumento das temperaturas e absorvendo cada vez mais calor, esse processo está acelerado e intensifica a umidade presente na atmosfera, tornando as chuvas muito mais fortes.
Quando o oceano está muito quente, ele evapora mais e leva muita água para a atmosfera. Com isso, toda a circulação, que sempre ocorreu, acontece em uma situação de maior volume. Isso faz com que as chuvas se formem com mais intensidade e mais rápido.
— Regina Rodrigues, que pesquisadora em aquecimento dos oceanos.
Segundo a WMO, agência da ONU, a cada aumento de 1°C de aquecimento, o ar saturado contém 7% a mais de vapor de água em média. Assim, cada fração adicional de aquecimento aumenta o teor de umidade atmosférica, elevando o risco de desastres.

Leia a matéria completa clicando no g1

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