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Parque do Descobrimento: um santuário de biodiversidade

29/10/2024

No coração de Prado, litoral do extremo sul da Bahia, está localizado o Parque Nacional do Descobrimento (PND). Um tesouro natural que, em abril, celebrou seu 25º aniversário. Popularmente conhecido por suas árvores gigantes, a Unidade de Conservação (UC) é um santuário de biodiversidade, paisagens de tirar o fôlego e uma herança nacional.
Estabelecido em 20 de abril de 1999 com área inicial de 21.129 hectares, e expandido para 22.693 hectares em 2012, o PND é reconhecido como o principal refúgio para a fauna de todo extremo sul da Bahia, de acordo com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), responsável pela gestão do local.
O parque também protege parte das bacias hidrográficas dos rios Cahy, do Peixe, Imbassuaba, Japara Grande e Japara Mirim. O rio Cahy foi o primeiro ponto em que a expedição de Pedro Álvares Cabral atracou na chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500. Por conta de sua relevância histórica e geográfica, em 2000, o PND recebeu o título de Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
A região costeira do extremo sul da Bahia atrai uma porção de visitantes pelas suas praias encantadoras, mas há muito mais do que o mar como diversão. No PND, o visitante pode ter contato direto com árvores icônicas e avistar espécies ameaçadas de extinção, como mutum do sudeste, pica-pau-de-coleira-do-sudeste, sabiá-pimenta e choquinha-do-rabo-cintado em meio a uma imensidão verde.
As trilhas são a melhor maneira de explorar esse ecossistema único, com opções para todos os níveis de aventureiros, desde famílias e iniciantes até os mais experientes. O Caminho da Lagoa, com 11,5 km de extensão, é ideal para quem quer conhecer o parque de ponta a ponta. A trilha dá acesso direto ao Mirante da Lagoa e ao Deque da Lagoa, além de servir de atalho para as demais estradas, que devem ser percorridas com veículo 4×4.
Para passeios mais tranquilos, as trilhas do Macaco, Gameleira Longa e Gameleira Curta são ideais. A primeira, apenas com 667 metros, é perfeita para famílias com crianças, enquanto as duas seguintes dão acesso à árvore gameleira bicentenária.
Já para os aventureiros experientes, as trilhas da Juerana e do Tambor oferecem desafios mais intensos, com aclives, declives e curvas fechadas. Ao final da primeira trilha é possível admirar a imponente árvore Juerana.
Além do contato com a biodiversidade, explorar o PND traz outras possibilidades. Ao final do Caminho da Lagoa, por exemplo, os visitantes podem conhecer o Caminho de Cumuruxatiba, que oferece acesso à aldeia Gurita e à rica cultura Pataxó, mas requer acompanhamento por pessoas indígenas credenciadas à UC.
O etnoturismo, segundo a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), visa fortalecer a autonomia dos povos indígenas, gerar renda e minimizar impactos ambientais negativos. Além de contribuir com a economia local, conhecer o PND permite ao visitante mergulhar no estilo de vida e nos conhecimentos dos Pataxós, que apoiam a gestão da UC em parceria com o ICMBio.
Um exemplo é a aldeia Tibá, que disponibiliza várias opções, desde a observação do processo de produção de farinha de mandioca e beiju, até a participação em rituais sagrados, atividades agrícolas, pinturas corporais, artesanato e muito mais.
Segundo monitoramento realizado pelo ICMBio, a visitação aos parques nacionais alcançou um número histórico de 11,8 milhões de pessoas em 2023. Esses parques, definidos como unidades de proteção integral pela lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), têm o dever de preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, permitindo uma gama de atividades como pesquisas científicas, educação ambiental, recreação e turismo ecológico.
Letícia Alves, psicóloga de 38 anos, que tem explorado e documentado no perfil @entreparques os parques nacionais desde 2021 junto com o economista Denis Hyde, de 43 anos, enfatiza a capacidade transformadora dessas UCs. Para ela, o contato direto com a natureza pode promover a conscientização ambiental tão fundamental para toda a sociedade.

A reportagem na íntegra pode ser lida CicloVivo

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