24/10/2024
As montanhas de roupas no deserto do Atacama, no Chile, talvez sejam uma das imagens mais explícitas do impacto da moda, mais especificamente da fast fashion – segmento de roupas com menos qualidade e durabilidade que são vendidas por preços menores e em uma quantidade insustentável. Essas peças acabam sendo usadas por pouco tempo ou, muitas vezes, nem chegam a ser vendidas. Cerca de 10% das emissões de carbono no mundo são produzidas pela indústria da moda.
“O fast fashion busca acompanhar as principais tendências da moda, que podem fluir rapidamente. Lançam novas coleções e roupas que se aproximam do que está mais em alta no momento. Essa alta produção exige enormes quantidades de água, energia e recursos não renováveis para se concretizar. Não à toa que a indústria de moda está somente atrás da agricultura no pódio de utilização de água”, explica Hugo Silva Ito, professor do curso de Moda da UniCesumar de Maringá (PR).
Segundo dados da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece), 85% de todos os têxteis vão para o lixo anualmente. Só no Brasil, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), são produzidas 170 toneladas de resíduos têxteis por ano e, desse total, 80% são destinados a lixões e aterros sanitários. Em todo o mundo, anualmente, cerca de 500 bilhões de dólares são jogados fora em roupas com pouco uso e que, muitas vezes, não são recicladas.
No Brasil, o índice de reciclagem de resíduos têxteis fica em 20%. Na Espanha, os dados são ainda piores: apenas 12% das roupas usadas são coletadas separadamente na Espanha, e 88% acabam em aterros sanitários.
Para reverter este cenário, gigantes da moda da Espanha começarão a coletar resíduos de roupas usadas em 2025 como parte de um programa experimental. Dez das maiores empresas de moda da Espanha (entre elas Zara, Inditex; H&M; IKEA; Decathlon; e Primark) vão coletar roupas descartadas a partir de abril do ano que vem como parte de um teste para gerenciar resíduos têxteis durante 12 meses, em uma iniciativa que antecipa as regulamentações da União Europeia que devem começar em 2026.
Durante o programa piloto, dezenas de contêineres de coleta serão instalados em shopping centers, lojas, igrejas e ruas pela Re-viste para coletar os tecidos indesejados em sacos que serão transportados para as fábricas para triagem.
A Re-viste, organizadora do projeto, disse que calçados, roupas e outros tecidos serão separados do lixo comum para que possam ser reciclados ou reutilizados. DE acordo com os esquemas da Diretiva-Quadro sobre Resíduos da União Europeia, pela Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR), asempresas precisam assumir a responsabilidade por todo o ciclo de vida dos seus produtos, em particular no fim da vida útil.
Termine de ler esta reportagem acessando o CicloVivo
Parque da Tijuca lança pista de mountain bike para crianças
21/11/2024
Desmatamento na Mata Atlântica cai 55% no primeiro semestre
21/11/2024
Maior peixe do mundo é flagrado por pesquisadores pela 1ª vez no mar do ES
21/11/2024
Recorde de queimadas no pantanal nos últimos anos ameaça espécie de cobra exclusiva do bioma
21/11/2024
Área queimada no Brasil de janeiro a outubro equivale ao território de Tocantins
21/11/2024
Máquina de ´dessalinização´ das águas é instalada no Arquipélago do Bailique, no AP
21/11/2024