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Mudanças climáticas agravaram furacão Milton, aponta estudo

15/10/2024

O vento brutal e a chuva torrencial do furacão Milton, que matou 16 pessoas na Flórida nesta semana, foram agravados pelas mudanças climáticas causadas pelo homem, disse um grupo internacional de cientistas nesta sexta-feira (11).
O aquecimento global tornou as velocidades do vento cerca de 10% mais fortes e a precipitação, de 20% a 30% maior, de acordo com a análise da equipe da WWA (World Weather Attribution), rede de cientistas que estuda o papel das mudanças climáticas em eventos extremos, como tempestades, secas e ondas de calor.
Milton passou de uma tempestade de categoria 1 para uma de categoria 5 em menos de 24 horas, impulsionada por águas aquecidas em nível recorde no golfo do México. O furacão atingiu o estado americano da Flórida na categoria 3.
Análises científicas anteriores já mostraram que as mudanças climáticas tornaram tais temperaturas no golfo do México de 400 a 800 vezes mais prováveis. Esse calor extra na água do mar fez de Milton um dos furacões do Atlântico que mais rapidamente se intensificaram. Segundo os registros, foi o terceiro mais rápido, disse o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
O grupo de cientistas observou que tempestades semelhantes ao furacão Milton agora são cerca de duas vezes mais prováveis do que seriam sem o aquecimento induzido pelo homem pela queima dos combustíveis fósseis.
"Este estudo confirmou o que já deveria estar muito claro: as mudanças climáticas estão alimentando as tempestades, e a queima de combustíveis fósseis é a culpada", disse Ian Duff, ativista da ONG Greenpeace.
"Milhões de pessoas em toda a Flórida —muitas das quais não têm seguro— agora enfrentam custos astronômicos para reconstruir casas e comunidades destruídas."
Cientistas já haviam identificado uma tendência preocupante de rápida intensificação de furacões no Atlântico nos últimos 50 anos, que, segundo eles, pode estar ligada às mudanças climáticas.
À luz das temperaturas extremamente quentes da superfície da água na região da Flórida e do Caribe, os meteorologistas anunciaram uma temporada de furacões no Atlântico mais intensa, com entre quatro e sete grandes fenômenos.
Milton é o segundo furacão de categoria 5 desta temporada, que vai de junho a novembro. Houve apenas cinco outros anos desde 1950 que registraram mais de um furacão de categoria 5 em uma temporada, disse a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).
Os chamados estudos de atribuição, que avaliam a influência do aquecimento do planeta na ocorrência de eventos climáticos extremos, são feitos com base em modelos climáticos. Esses modelos comparam a chance de um evento climático no mundo atual, ou seja, na presença da crise climática, com a chance de ele ocorrer em um mundo sem o aumento da temperatura provocado pela ação humana.
Os dados produzidos pela WWA não têm, inicialmente, revisão por pares. Porém, os modelos usados pela instituição para fazer a atribuição já foram avaliados e publicados em revistas científicas.
Em relação ao furacão Helene, que antecedeu o Milton, o grupo de cientistas também fez uma análise que apontou agravamento em razão do aquecimento global.
As chuvas e os ventos do Helene, que devastou o sudeste dos Estados Unidos em setembro e causou mais de 230 mortes, foram 10% mais intensos devido à mudança climática, segundo pesquisa da rede de especialistas publicada na quarta-feira (9).
A climatologista Friederike Otto, diretora do WWA, destaca que, embora 10% possa parecer uma porcentagem relativamente baixa, uma pequena mudança em termos de perigo "pode significar uma grande mudança em termos de impacto e danos".
O estudo ressalta também que a queima de combustíveis fósseis tornou a formação de furacões como o Helene 2,5 vezes mais provável na região. Com isso, em vez de acontecerem a cada 130 anos, podem ocorrer a cada 53 anos, em média.

Fonte: Folha de S. Paulo

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