08/10/2024
Jai Dhar Gupta se tornou um ativista quando sentiu no próprio corpo os efeitos da poluição do ar. O indiano era atleta de corrida e o ar poluído de Nova Déli o levou a um quadro grave de bronquite asmática. Depois de anos de dedicação para melhorar a qualidade do ar onde vivia e a fundar o movimento “Our Right to Breathe” (Nosso direito de Respirar), Gupta comemorou seu aniversário de 50 anos com um novo projeto: criar um paraíso de biodiversidade inspirado em Pandora, planeta fictício do filme Avatar.
Longe de ser um cenário de filme, o ecossistema planejado por ele é bem real. O ambientalista comprou uma área de 32 acres que está se tornando a primeira reserva natural privada da Índia. A propriedade foi comprada em 2021 pelo seu potencial e localização privilegiada entre a Reserva de Tigres e o Rio Raghati. O lugar ganhou o nome de Rajaji Raghati Biosphere.
Mas, o cenário encontrado por lá estava longe de ser cinematográfico. Anos de cultivo de espécies de eucalipto haviam empobrecido o solo, causado erosões e feito com que a fauna e flora nativas fossem praticamente eliminadas do local.
“Sempre sonhei em ser um chowkidar (vigia) das florestas na Índia. Não tenho esperança de melhores condições de vida em Déli ou Mumbai. O ar é tóxico em todos os lugares. Quero melhorar minha própria qualidade de vida, e a maneira de fazer isso é vivendo com a natureza”, revela Jai.
Como morador de Déli, ele frequentemente visitava a Reserva de Tigres Rajaji, onde desenvolveu uma profunda afeição pela vida selvagem. Naturalmente, quando chegou a hora de encontrar um lugar para se estabelecer, ele foi atraído para a área que se tornou quase um segundo lar para ele na última década.
Para começar a reconstruir o seu paraíso de biodiversidade, Gupta se uniu ao renomado especialista indiano em reintrodução de espécies selvagens, Vijay Dhasmana.
“A propriedade havia passado por uma terraplanagem, destruindo a paisagem natural e agravando a erosão do solo, empobrecido pelo cultivo de eucaliptos”, conta Dhasmana. “Cinco mil árvores de eucalipto foram removidas poucos dias após a aquisição da terra. Posteriormente, o terreno ganhou contornos para garantir retenção de água, evitar erosão e promover a recarga de águas subterrâneas.”
Uma vez que a água voltou a se infiltrar no solo, a dupla de ambientalistas realizou uma grande pesquisa, observando como as diferentes espécies nativas de plantas interagiam e eram distribuídas nas paisagens florestais preservadas.
“Coletamos sementes, criamos um banco de sementes e apoiamos parques florestais no plantio e cultivo de diversas espécies de árvores e arbustos nativos, como haldu, rohini, mala, saal, jamun e pangana. Depois, essas espécies foram replantadas em nossa reserva” explica Gupta.
Segundo ele, a reserva é uma biosfera, um microambiente. “É uma zona de vida. Estamos trabalhando para criar um ambiente puro, cultivando apenas o que a natureza pretendia para esta área”, garante. “Estou perseguindo o que vi naquele filme Avatar”.
Depois desta primeira fase do reflorestamento, Gupta e Dhasmana planejam introduzir até 40 novas espécies de plantas na área.
Conclua a leitura desta reportagem clicando no CicloVivo
Parque da Tijuca lança pista de mountain bike para crianças
21/11/2024
Desmatamento na Mata Atlântica cai 55% no primeiro semestre
21/11/2024
Maior peixe do mundo é flagrado por pesquisadores pela 1ª vez no mar do ES
21/11/2024
Recorde de queimadas no pantanal nos últimos anos ameaça espécie de cobra exclusiva do bioma
21/11/2024
Área queimada no Brasil de janeiro a outubro equivale ao território de Tocantins
21/11/2024
Máquina de ´dessalinização´ das águas é instalada no Arquipélago do Bailique, no AP
21/11/2024