01/10/2024
Imagens de satélite capturadas pela União Europeia mostram a gravidade da seca que atinge a Amazônia brasileira, com o Lago Tefé, na região do Médio Solimões, drasticamente reduzido.
Os registros foram divulgados pelo observatório europeu Copernicus. A primeira imagem é de setembro de 2023, já a segunda, setembro de 2024. Nas fotos, também é possível ver a cidade de Tefé (canto direito), localizada às margens do Rio Solimões, um dos maiores afluentes do Amazonas.
🟥 ENTENDA: Os tons de vermelho aparecem na imagem porque o satélite usa sensores que capturam luz infravermelha, refletida pelas plantas. Quanto mais clorofila elas têm, mais vermelho aparece, mostrando a presença de vegetação.
O lago, que banha o município, chega a medir 5 metros em condições normais, mas, de acordo com a Defesa Civil Municipal, a cota atual está abaixo de 1 metro.
Em uma nota, o Coperncius ressaltou que essa área da Bacia Amazônica enfrenta níveis de água historicamente baixos devido à seca extrema que atinge o Brasil e países vizinhos como Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
"Os impactos dessa seca e suas consequências podem ser acompanhados por meio dos dados fornecidos pelos satélites Copernicus Sentinel, que são fundamentais para mapear corpos d´água e apoiar ações de resposta emergencial", disse o observatório.
Como mostrou o g1 com exclusividade, o Brasil enfrenta a maior seca da história. A análise é do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por subsidiar as ações de enfrentamento de crises climáticas.
🏜️ As informações sobre a seca abrangem desde 1950. O histórico mostra que a situação piorou a partir de 1988. Desde então, a maior seca tinha sido registrada em 2015. Porém, naquele momento, a ausência de chuva afetou apenas algumas áreas, resultando no esgotamento dos rios e incêndios na vegetação.
Neste ano, a seca se espalhou pelo país quase todo e de forma mais intensa, surpreendendo especialistas. A falta de chuva e os severos impactos na vegetação atingem uma área muito maior que a de 2015. Agora, grandes porções do Brasil passam por situação de seca de severa a excepcional.
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental grave causada pela seca dos rios e queimadas. Em agosto, o governo estadual informou que a seca já impacta mais de 560 mil pessoas.
As cidades do estado enfrentam dificuldades para receber insumos, os preços dos produtos aumentaram, e comunidades indígenas e ribeirinhas podem ficar isoladas.
Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência devido à seca severa e às queimadas.
Fonte: g1
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