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Museu “vivo” na Bolívia é feito com taipa de pilão

01/10/2024

Uma máxima da bioconstrução é entender que as paredes de um imóvel podem ser mais “saudáveis” aos moradores. Com o uso de terra crua, água, palha, entre outros elementos naturais, uma edificação é capaz de regular melhor a temperatura interna, amenizando o calor e ajudando a manter a umidade do ar. Sendo assim, não é à toa que um novo espaço cultural na Bolívia construído com taipa de pilão é chamado de “museu vivo”.
O “Museo Vivo Interactivo Yatiyawi”, para ser mais exato, foi projetado para abrigar exposições e workshops, oferecendo novos espaços para a Fundação El Getsemaní, uma organização que trabalha com crianças e adolescentes em Tilata, bairro periférico de El Alto, na área metropolitana de La Paz. Como o nome sugere, trata-se de uma região alta, com uma altitude de aproximadamente 3920 metros acima do nível do mar.
Assim como ocorreu em diversas áreas rurais brasileiras, a expansão urbana está transformando a paisagem de Tilata: edifícios de terra, testemunhas do passado rural recente, estão dando lugar a construções de concreto e tijolo. Técnicas como taipa de pilão são frequentemente associadas a habitações de baixa renda e precárias. Porém, o novo museu é um exemplo de que a bioconstrução não se opõe ao “progresso” – é possível construir estruturas seguras e duráveis, mesclando antigas e novas técnicas.
Caminhando pelo museu é possível apreciar os cômodos que foram reformados e adaptados internamente, com a aplicação de um novo reboco de terra sobre as paredes de adobe existentes. O passeio continua por um espaço menor, caracterizado por um reboco de terra leve, feito de terra cinza trazida do vale Achocalla, localizado a aproximadamente 10 km do local.
Além destes, um novo espaço foi construído inteiramente com paredes de taipa. Na técnica, o barro é misturado com água e outros materiais, como palha, e são dispostos em formas, o material é então compactado com um pilão (ferramenta semelhante a um martelo) e seco lentamente para formar as paredes.
A eficiência térmica, uso de materiais locais e de baixo impacto ambiental, além do emprego de mão de obra local, garantiram uma construção mais sustentável e autêntica culturalmente.
Há ainda um telhado composto de treliças de madeira expostas. A luz entra pela parte superior por meio de folhas de policarbonato dispostas em ambos os lados da cumeeira. Esse espaço tem duas saídas que marcam um eixo central que atravessa o espaço longitudinalmente. A saída norte abre para um pátio onde foram preservadas duas Kiswaras (Buddleja coriácea J.Rémy), árvores nativas do planalto andino e consideradas medicinais.
Com área de 320 m², a construção teve um custo de aproximadamente 160 mil reais. E, para o escritório de arquitetura Samuel Hilari, responsável pelo projeto, o museu vivo representa a maior obra contemporânea da taipa de pilão na Bolívia.
A coleção do museu consiste principalmente no legado da extinta Fundação Yatiyawi, uma organização que trabalha desde a década de 1990 na área de Tilata, produzindo material educacional para crianças e adultos. “Yatiyawi” significa ‘Ensino’ no idioma indígena aimará falado na região. Cada espaço tem suas próprias características em termos de texturas e cores, sendo um fator comum o uso da terra.

Fonte: CicloVivo

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