24/09/2024
Um espaço com verde, sombra e biodiversidade que pode ser instalada em áreas de centros urbanos, trazendo momentos de pausa na correria e no cinza das cidades. Esta á a proposta do pavilhão criado pelo estúdio de design Diez Office para o pavilhão Vert (verde em francês). Uma estrutura de madeira atravessada por vegetação foi projetada para ajudar a amenizar as ondas de calor e atrair biodiversidade.
O pavilhão foi chamado de “máquina de ecologização” e contou com o conhecimento de especialistas em madeira dos Estados Unidos e Europa, além da consultoria do Office for Micro Climate Cultivation (OMC°C), uma organização que desenvolve soluções para trazer a natureza para os ambientes urbanos.
“A introdução de vegetação em ambientes urbanos é uma estratégia comum para mitigar os efeitos da destruição ambiental e das mudanças climáticas. Mas é difícil de escalar. Esse processo não envolve apenas o plantio de árvores, ou projetos individuais de fachadas e telhados verdes. Soluções adicionais são urgentemente necessárias”, explica Nicola Stattmann, cofundadora da OMC°C. “Precisamos de estruturas razoavelmente grandes para gerar a quantidade necessária de sombra e biomassa”.
Ele compreende uma série de velas triangulares de madeira, de 10 m de altura e cobertas com plantas trepadeiras, destinadas a remover carbono da atmosfera, oferecer sombra refrescante e trazer energia fresca a um espaço público.
“A solução precisa ser modular, adequada para produção em série e fácil de usar e manter – essa é a expertise do designer de produto”, diz Stattmann. Trabalhando juntos por dois anos, o OMC°C e o estúdio de design Diez Office fizeram alguns experimentos, mas ainda estavam em busca de um material adequado para uma estrutura sustentável e de baixo carbono.
A orientação para o uso da madeira veio com a participação do American Hardwood Export Council (AHEC) que indicou o carvalho vermelho para a estrutura.
“Estamos entusiasmados com as possibilidades estéticas e os benefícios ambientais do carvalho vermelho desde que aprendemos sobre a espécie e continuamos a fazer experiências com ele, por exemplo, fazendo móveis”, disse o fundador do Diez Office, Stefan Diez.
A estrutura de madeira é intercalada com redes de tecido biodegradáveis que servem de abrigo e suporte para mais de 20 espécies de plantas trepadeiras que, por sua vez, servem de abrigo para insetos. As plantas foram selecionadas de acordo com alguns critérios: precisavam ser espécies nativas, crescer rapidamente, sobreviver à luz solar intensa e altas temperaturas e produzir néctar ou pólen para o benefício dos insetos, em especial os polinizadores.
De acordo com os idealizadores, a estrutura é capaz de resfriar o espaço aéreo ao redor em até 8ºC, além de projetar quatro vezes mais sombra e armazenar aproximadamente 25 vezes mais CO2 do que uma árvore de 20 anos.
“A estrutura funciona como uma ‘máquina de ecologização’, ao mesmo tempo em que torna os espaços urbanos mais harmoniosos e agradáveis para se viver do ponto de vista estético”, disse Diez. Um vão atravessa a base da estrutura para fornecer circulação, oferecendo nas laterais plataformas que abrigam assentos de rede para as pessoas.
“O projeto é moldado por um desejo de usar materiais de forma responsável e impulsionar o desempenho da engenharia, sem comprometer o apelo estético”, ele acrescentou. “Queríamos que o pavilhão Vert quebrasse a monotonia do nosso ambiente urbano.”
A estrutura modular do pavilhão foi projetada para ser desmontada e reconstruída diversas vezes e, após quatro semanas no Chelsea College of Arts, será desmontada e armazenada antes de ser montada em um local diferente no próximo verão.
“Espero que esta instalação forneça uma sensação de admiração e uma compreensão de como o design bem pensado pode melhorar nossa interação com o ambiente construído”, conclui Diez. “No final das contas, quero encorajar as pessoas a adotar novas maneiras de usar a paisagem urbana.”
Fonte: CicloVivo
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