12/09/2024
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ar, que comparou os níveis de poluição do Brasil com os de outros países, mostra que França e Espanha, por exemplo, emitem planos de ação para controle dos níveis de poluição quando os níveis de poluentes estão 5 vezes menores do que em território brasileiro.
O estudo avaliou os níveis de MP2,5 - que são partículas inaláveis - por microgramas em metro cúbico de ar. Além do Brasil, a determinação dos níveis críticos é encontrada nas leis nacionais do Chile, Colômbia, Equador e França. No México, os níveis são estabelecidos por região, não a nível nacional.
As partículas inaláveis são poluentes extremamente pequenos que podem penetrar nos pulmões, prejudicando a capacidade respiratória das pessoas, especialmente daquelas que possuem alergias respiratórias ou doenças como asma e bronquite. Elas também podem afetar a visibilidade na atmosfera.
O nível de atenção no Brasil se inicia com concentrações de 125mcg/m3, enquanto na Espanha e França é emitido com 25 mcg/m3, ou seja, o plano de ação para controle das emissões é iniciado quando a poluição está em um nível 5 vezes menor do que no Brasil. Na Colômbia, o país entra em estado de alerta quando as partículas estão com 38 mcg/m3.
O Brasil considera alerta quando o nível de partículas está acima de acima de 210 mcg/m3 e emergência, acima de 250.
Os níveis podem mudar de estado para estado, mas São Paulo segue os mesmos nacionais.
Segundo a pesquisadora Evangelina Araújo, presidente do Instituto Ar, com o atual nível de poluição, o Brasil já deveria ter sido iniciada ações de prevenção.
"Esse nível do ar de São Paulo, por exemplo, causa já mortes precoces, toda a população já está sendo afetada pela poluição do ar. Poderia diminuir a circulação de ônibus, dar gratuidade no Metrô para as pessoas usarem o Metrô em vez de ônibus e carros particularidades".
Na Colômbia, por exemplo, quando está em estado de alerta, o governo já inicia medidas como a suspensão das aulas e até mesmo evacuação dos locais mais afetados.
José Renato Nalini, secretário de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, afirmou que as tendas de altas temperaturas são estratégias para lidar com a crise e que a pasta estuda criar centros de refúgios térmicos.
"Vamos fazer com que escolas, centro de educação unificadas, céus, clubes, todos os edifícios da prefeitura vão sofrer gradual alteração para ser refúgios térmicos".
Há dias encoberta pela poluição, a cidade de São Paulo tem apresentado índices preocupantes de qualidade do ar, com estações de monitoramento variando entre as classificações "ruim" e "muito ruim" para a concentração de partículas prejudiciais à saúde.
"Isso é inédito. Há quarenta anos (quando as medições automáticas começaram), a gente não tinha um cenário como esse. Aliás, nem sabíamos que íamos passar por esse cenário", afirmou Maria Lúcia Guardani, gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb, à TV Globo.
A companhia ambiental do estado monitora os níveis de poluição na capital desde a década de 70, mas foi em 1985 que esse processo foi automatizado, com a instalação de equipamentos certificados e de referência mundial em diversas partes do município.
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