10/09/2024
Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), cuja região metropolitana foi o epicentro dos incêndios registrados na segunda quinzena de agosto no estado, amanheceu coberta por uma nuvem de fumaça nesta segunda-feira (9).
A região, que concentra municípios fortes produtores de cana-de-açúcar, sofreu uma série de queimadas que resultaram no abandono temporário de imóveis, em desabrigados, no aumento de problemas respiratórios e em ferimentos em animais.
A prefeitura está monitorando os índices de umidade relativa do ar –que estão muito baixos no município– e a orientação é evitar atividades físicas nos horários mais quentes do dia.
Nesta segunda, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) disse que não houve nenhum foco de incêndio ativo no dia e que a prefeitura está em "vigilância total" em relação à possibilidade de surgimento de novas queimadas.
Embora as aulas estejam ocorrendo normalmente nos municípios da região, a possibilidade de o tempo seco se agravar nos próximos dias preocupa as brigadas de incêndio das cidades.
Oito cidades registravam incêndios nesta segunda no estado –Pedregulho, Dois Córregos, Itirapuã, Elias Fausto, Mairiporã, São João da Boa Vista, General Salgado e Santo Antônio do Aracanguá. Duas delas, Pedregulho e Itirapuã, ficam na macrorregião de Ribeirão.
Na sexta-feira (6), a Defesa Civil do estado, por meio do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) renovou até esta terça (10) o alerta de risco elevado para incêndios em São Paulo.
O cenário crítico na região de Ribeirão tem resultado em fogo não só em vegetação, mas também em animais, que têm sido socorridos ao Bosque e Zoológico Fábio Barreto, em Ribeirão.
Nos últimos dias, um tamanduá bandeira que sofreu queimaduras em Batatais foi encaminhado para atendimento na unidade, assim como um lobo guará encontrado com ferimentos em Sertãozinho.
Em Belo Horizonte, onde não chove há 143 dias, as nuvens de fumaça provocados por incêndios em vegetações na região fazem parte da rotina da população desde a última semana. A prefeitura diz que avalia o cenário e que as unidades de saúde estão preparadas para atender à demanda da população.
A secretaria de Educação orientou que as escolas evitem atividades intensas ao ar livre e recomendou que os responsáveis ventilem e umidifiquem os ambientes, além de incentivar a ingestão de água pelas crianças.
Em outras regiões de Minas Gerais, as aulas em um campus da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) foram canceladas na última sexta (6), depois que um incêndio em uma vegetação próxima à instituição assustou alunos e funcionários. Nesta segunda (9), os bombeiros atuavam no combate a incêndios em nove unidades de conservação no estado.
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que, do dia 1º de janeiro até 7 de setembro foram identificados 156.023 focos de fogo no Brasil. É a maior quantidade de focos em 14 anos, para este período, desde 2010, quando foram detectados 163.408 focos.
De acordo com a meteorologista Josélia Pegorim, a fumaça que encobre o céu de parte do país só vai terminar quando começar a chover com regularidade, quase todos os dias. No entanto, não há previsão deste tipo de chuva, por enquanto.
"Não tem expectativa de que essa chuva volte a acontecer até meados de outubro. A gente ainda tem pelo menos um mês com a previsão de predomínio dessa secura e desse calor no Brasil", afirmou Pegorim.
Termine de ler esta reportagem clicando na Folha de S. Paulo
Parque da Tijuca lança pista de mountain bike para crianças
21/11/2024
Desmatamento na Mata Atlântica cai 55% no primeiro semestre
21/11/2024
Maior peixe do mundo é flagrado por pesquisadores pela 1ª vez no mar do ES
21/11/2024
Recorde de queimadas no pantanal nos últimos anos ameaça espécie de cobra exclusiva do bioma
21/11/2024
Área queimada no Brasil de janeiro a outubro equivale ao território de Tocantins
21/11/2024
Máquina de ´dessalinização´ das águas é instalada no Arquipélago do Bailique, no AP
21/11/2024