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Amazônia perde umidade e área nativa e pode se tornar vulnerável a incêndios ´naturais´ nos próximos anos, diz Marina Silva

05/09/2024

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (4) que dados apontam uma mudança no "perfil" dos incêndios que atingem a Floresta Amazônica.
Segundo Marina, com o avanço da crise climática, a Amazônia vem perdendo umidade. E se isso continuar, pode inclusive ficar vulnerável a incêndios naturais.
🔥 A principal causa de um incêndio natural é a descarga elétrica de uma tempestade de raios. É uma ocorrência comum em matas secas como do Cerrado – mas não na Amazônia, que é uma floresta tropical úmida.
Marina participou de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado nesta quarta para falar sobre as queimadas e a estiagem prolongada que atinge a maior parte do país – com prejuízo maior ao Pantanal e à Amazônia.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente:

● 27% das áreas atingidas por queimadas (cerca de 900 mil hectares) estão em regiões de atividade agropecuária;
● outros 41% (1,4 milhão de hectares) estão em áreas de vegetação não florestal – "pastagem ou uma capoeira rala", nas palavras da ministra;
● e 32%, pouco mais de 1 milhão de hectares, em área de vegetação florestal.

Esse percentual de queimada em área de floresta, segundo Marina Silva, é muito maior do que a série histórica recente. E indica uma mudança no perfil do fogo e da floresta.
"Até pouco tempo, acho que isso representava no máximo 15% a 18%. Agora, 32%. No Amazonas, ano passado, 37% [dos incêndios] dentro de floresta primária", comparou.
"O que isso significa? Significa que nós estamos num processo severo de mudança do clima, a floresta entrando num processo de perda de umidade e se tornando vulnerável a incêndio. Seja por ignição humana ou até no futuro, se isso permanecer, por fenomenos naturais, em função da incidência de raios. É uma química altamente deletéria, inimaginável", disse Marina Silva.
Na audiência com senadores, a ministra do Meio Ambiente que, diante dos dados, será preciso ampliar — cada vez mais — os esforços e recursos de combate a consequências das mudanças climáticas.
Marina mencionou altas orçamentárias em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL) fez apelos a congressistas para “quem quiser contribuir” com recursos à pasta.
A ministra defendeu, ainda, que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática – que exclua da meta fiscal do governo federal os recursos gastos nessas condições.
“Se tenho que agir preventivamente, como é o entendimento de Vossas Excelências e nosso, tenho que ter cobertura legal para isso”, afirmou.

Termine de ler esta reportagem clicando no g1

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