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Papagaios também têm sotaque, revela estudo

05/09/2024

Muitos estudiosos concentram suas pesquisas no entendimento de linguagens e dialetos da espécie humana. Ao estudar animais, há uma série de investigações comportamentais – relacionando até mesmo com práticas antes analisadas somente em humanos. Entretanto, a ciência está ampliando seu entendimento sobre a questão da linguagem em animais: a mais recente descoberta revela que os papagaios também têm sotaques, mais especificamente o Papagaio-de-Nuca-Amarela.
O Papagaio-de-Nuca-Amarela (Amazona auropalliata) é originário do sul do México e norte da América do Sul. Como o nome sugere, ele possui uma mancha amarela na área da nuca, além de asas com pontas avermelhadas. A espécie foi escolhida para um estudo que analisou seu dialeto ao longo de um período de 22 anos em sua área de distribuição natural na Costa Rica.
A pesquisa foi conduzida por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Pittsburgh em Johnstown (EUA) e da Universidade Estadual do Novo México. O artigo do estudo intitulado “Mudança cultural generalizada em populações em declínio de papagaios da Amazônia” pode ser lido em Proceedings of the Royal Society B.
Os papagaios-de-nuca-amarela são grandes aves que formam pares de longo prazo, dormem em grandes bandos à noite e buscam alimentos em grupos menores durante o dia. Eles usam uma variedade de chamados que aprendem uns com os outros, dos quais os chamados de contato são os mais comuns. São esses chamados que mostram as diferenças geográficas distintas características dos dialetos.
Estudos anteriores
Os levantamentos iniciais dos pesquisadores, conduzidos em 1994, mostraram três tipos de contato acusticamente distintos, Norte, Sul e Nicaraguense, que eram cada um usado em uma área específica. Em 2005, a equipe reavaliou essas áreas e descobriu que tanto a estrutura acústica quanto os limites dialetais estavam quase inalterados.
Em contraste, a terceira pesquisa em 2016 mostrou um quadro muito diferente. Neste período mais recente de 11 anos, eles observaram mudanças culturais distintas. A fronteira entre os dialetos do Norte e do Sul mudou, e novas variantes de chamada apareceram dentro da área que antes usava apenas o dialeto do Sul. No dialeto do Norte, eles observaram muito mais pássaros bilíngues usando dialetos do Norte e do Sul.
Um fato, e hipótese, ressaltado pelos pesquisadores é que este último período analisado foi de grande perturbação para a espécie. À medida que a população declinou, a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) elevou o status da espécie para criticamente ameaçada. As mudanças culturais observadas podem representar respostas adaptativas à mudança de tamanhos de grupos e padrões de associação social.
Embora mais estudos sejam necessários para realmente atribuir as mudanças culturais que eles observaram nas vocalizações aprendidas à ruptura demográfica experimentada por esta espécie, os dados enfatizam a importância de estudos de longo prazo para entender como a cultura evolui e quais forças impulsionam esta evolução. Além disso, o trabalho mostra como a capacidade de aprendizagem vocal dos papagaios pode desempenhar um papel adaptativo na natureza.

Fonte: CicloVivo

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