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Tartarugas-marinhas da Baía de Guanabara estão mais saudáveis após melhora na qualidade da água

03/09/2024

As tartarugas-marinhas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, estão ficando mais saudáveis após lutarem durante anos contra uma doença tumoral que dificulta seus movimentos, visão e alimentação e, por fim, as leva à morte.
Cientistas afirmam que a melhora aconteceu após as autoridades fazerem um esforço para limpar a água do porto natural que molda a identidade da região.
Pesquisas associaram a fibropapilomatose, um tumor benigno em tartarugas-marinhas, a um vírus e a fatores ambientais.
Kassia Coelho, professora de anatomia patológica veterinária da Universidade Federal Fluminense, diz que as amostras coletadas dos animais e da água apontam para um ambiente muito mais saudável.
"Analisamos a saúde por meio da coleta de sangue e dos tumores que essas tartarugas têm, e também a biometria dos animais, vendo o crescimento deles ao longo dos anos", explica.
"Muitas dessas tartarugas são recapturadas e a gente pode avaliar se cresceram, se estão mais pesadas, se emagreceram, se têm mais ou menos tumores."
Cercada por uma densa população urbana, a Baía de Guanabara já foi um berçário para a vida marinha, mas ao longo dos anos tem sofrido com o despejo de esgoto e outros tipos de lixo.
Em 2022, os cientistas descobriram que três quartos das tartarugas-marinhas do local tinham tumores.
Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, Gustavo Baila, oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Rio Grande, disse que os animais estão mais saudáveis na comparação com 2023.
"As tartarugas são espécies marinhas muito importantes para a conservação", diz Baila. "A gente observou uma alta incidência de tartarugas-marinhas com tumores, com deformidades que acabam sendo muito graves para o desenvolvimento dos animais."
O Brasil abriga cinco das sete espécies de tartarugas-marinhas que existem no mundo. No entanto, seu habitat natural é às vezes severamente afetado pelo homem. Os conservacionistas cobraram medidas mais rigorosas para proteger esses animais.
Alexandre Bianchini, vice-presidente da empresa brasileira de tratamento de água e esgoto Aegea, disse que cerca de R$ 2 bilhões foram investidos na limpeza da água na área. "A natureza responde", disse.

Fonte: Folha de S. Paulo

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