03/09/2024
Autoridades da Grécia disseram na quinta-feira (29) que retiraram mais de 100 toneladas de peixes mortos das águas ao redor do porto de Volos, um destino turístico de verão, após uma mortandade em massa que, acredita-se, estaria ligada às mudanças climáticas.
Imagens televisionadas mostraram barcos de pesca navegando por um tapete prateado de peixes mortos que se formou perto do porto no início desta semana, enquanto transeuntes tiravam fotos da cena horrível em seus celulares.
Autoridades gregas trocaram acusações sobre o desastre, enquanto empresas costeiras dependentes do turismo disseram ter visto suas receitas reduzidas em 80% desde que os peixes de água doce apareceram no início desta semana.
Além do cenário desolador, um cheiro horrível pairava sobre o porto e arredores, emanando das carcaças em decomposição.
Cientistas disseram que as mortes provavelmente resultaram de uma combinação de aquecimento global e manejo inadequado da água.
O sul da Europa tem lidado com os efeitos adversos das temperaturas mais altas que envolvem a região. O calor extremo deste verão tem provocado incêndios florestais mais frequentes, mortes relacionadas ao calor e inundações —juntamente com a crescente ameaça de seca.
Acredita-se que os peixes tenham sido forçados a jusante até Volos a partir da área do lago Karla, uma área úmida protegida pela União Europeia, onde os níveis de água subiram rapidamente após uma grande tempestade que causou inundações generalizadas no centro da Grécia no ano passado.
A tempestade inundou uma área de cerca de 200 km² ao redor do lago Karla, segundo Pantelis Sidiropoulos, professor assistente de engenharia rural e de agrimensura na Universidade Aristóteles, em Tessalônica.
Mas as temperaturas extremas fizeram com que grande parte dessa água evaporasse, deixando um grande volume de peixes em águas com pouco oxigênio e envenenadas por toxinas, explicou Sidiropoulos.
"Os peixes são basicamente vítimas das mudanças climáticas", disse, acrescentando que seus colegas viram peixes mortos nas terras agrícolas ao lado do lago Karla no início desta semana.
"As autoridades tiveram meses para remover os peixes da área", afirmou. "Eles ficaram muito tempo em águas paradas".
As autoridades locais foram procuradas pela reportagem, mas não responderam.
A procuradora-geral do Supremo Tribunal da Grécia, Georgia Adeilini, ordenou na quinta-feira uma investigação sobre a mortandade, referindo-se a "uma imagem de pesadelo de toneladas de peixes mortos no lago Karla e no golfo Pagasetic".
Ela disse que a investigação determinará em que medida as autoridades devem ser responsabilizadas por não terem evitado que as águas do lago chegassem até o mar.
O prefeito de Volos, Achilleas Beos, disse que havia alertado sobre o potencial efeito da inundação das planícies agrícolas adjacentes ao lago Karla após a tempestade do ano passado. Ele descreveu o desastre como um "crime ambiental".
Dimitrios Iakovakis, dono de uma das maiores tavernas de peixes na orla marítima de Volos, disse que perdeu a maioria de seus clientes nos últimos dias.
"Está deserto", disse ele sobre seu restaurante, observando que suas receitas despencaram de 5.000 euros por dia, cerca de R$ 31 mil, para 200 euros, ou R$ 1200.
"O cheiro é insuportável", acrescentou, observando que em seus 25 anos administrando a taverna, nunca tinha visto nada parecido. "Um mar de peixes em decomposição a 5 metros de nossas mesas. Quem poderia ter imaginado?"
Fonte: Folha de S. Paulo
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