03/09/2024
A partir de agora, cidadãos da nação insular de Tuvalu, na Polinésia, terão direito de residência permanente na Austrália. O principal motivo é que o pequeno país de apenas 11 mil habitantes corre o risco de sumir do mapa devido às mudanças climáticas que provocam o aumento do nível do mar. Especialistas temem que o arquipélago possa ficar completamente submerso em 100 anos.
O acordo entre os dois governos entrou em vigor na quarta-feira (28), embora já tivesse sido assinado em novembro do ano passado. É a primeira vez que um país assume o compromisso legal de ajudar Tuvalu.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese , descreveu o acordo como um "momento histórico e de orgulho para os dois países". "Juntos somos mais fortes e podemos confiar uns nos outros nestes tempos difíceis", afirmou.
O chefe de governo de Tuvalu, Feleti Teo, classificou o documento como "inovador". Ambos estão em Tonga, onde participam do Fórum das Ilhas do Pacífico.
Segundo o acordo, a cada ano, 280 tuvaluanos, ou seja, cerca de 2,5% da população do arquipélago, poderão passar a viver, trabalhar ou estudar na Austrália com um visto especial.
O governo australiano também se comprometeu a fornecer assistência caso o arquipélago solicite ajuda em uma emergência, como um desastre natural, uma pandemia ou um ataque militar.
Em troca, Tuvalu prometeu acordar com a Austrália qualquer novo envolvimento com governos estrangeiros quando se tratar de defesa e segurança. A China, em particular, está fazendo grandes esforços para expandir sua influência no Pacífico Sul.
Tuvalu consiste em nove ilhas e está localizado a cerca de 3.500 quilômetros a nordeste da Austrália. O arquipélago tem uma altura média de apenas dois metros acima do nível do mar. Seu ponto mais alto se eleva a apenas cinco metros do mar, o que faz o conjunto de ilhas correr o risco de sumir do mapa, pois o nível do mar no Pacífico Sul está subindo muito rapidamente como resultado do aquecimento global.
Os EUA firmaram acordos semelhantes a esse com Estados particularmente vulneráveis do Pacífico, incluindo Palau e as Ilhas Marshall. Isso envolve apoio econômico, mas também troca de acesso militar a áreas marinhas estrategicamente importantes.
Fonte: Folha de S. Paulo
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