11/08/2022
Um bicho-preguiça fêmea precisou ter o ´braço´ amputado e lutar pela vida após sofrer uma descarga elétrica em Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a Prefeitura de Santos (SP), cidade onde o animal se recupera da cirurgia, o acidente aconteceu em fiações elétricas após o animal se ´aventurar´ pela área urbana.
O animal foi encontrado com ferimentos por moradores da Serra do Guararu, em Guarujá (SP). A Guarda Municipal foi acionada, e então o encaminhou ao Orquidário de Santos. No local, foi identificado que o ´braço´ sofreu graves queimaduras e estava em parte carbonizado pelo choque.
"A descarga elétrica também ocasionou lesões internas e na pele, mas sem risco de perder outros membros", explicou o médico veterinário José Fontenelle. Ainda de acordo com o profissional, atualmente, a maior preocupação é com uma lesão grande que o animal possui na barriga.
A administração municipal acrescenta que o animal tem dois anos de idade, ou seja, é considerado um ´adulto jovem´ para a espécie. O bicho-preguiça, inclusive, recebeu o nome de "Victória" no Orquidário de Santos, onde tem uma rotina complexa, que conta com o apoio de todos os colaboradores.
Dois veterinários se dividem nos cuidados com o animal: um é responsável pelo tratamento a laser, e outro pela "ozonioterapia" [medicina alternativa que alega aumentar a quantidade de oxigênio no corpo introduzindo ozônio], ainda segundo o município.
Além dos citados profissionais, o restante da equipe do local se reveza para fazer as duas trocas de curativo diárias, procurar as folhas e frutos de embaúba no parque e ainda auxiliar o animal na alimentação.
Os animais silvestres que se recuperam no Orquidário de Santos são devolvidos para a natureza com o apoio dos órgãos ambientais. Porém, no caso de Victória, os planos são outros por conta das lesões sofridas.
A expectativa é de ficar aqui mesmo no Orquidário, pois, infelizmente, ela não tem autonomia e, aparentemente, será muito difícil ter condições de ser devolvida para natureza
— José Fontenelle, médico veterinário
O g1 conversou com a bióloga Carolina Ferreira, que explicou que se trata de um animal herbívoro [adaptado para comer material vegetal]. "Ele tem uma associação direta com a embaúba, uma planta de aproximadamente 10 metros".
A profissional reforça que, por conta da falta do membro superior, o bicho-preguiça não conseguirá mais escalar e, assim, deve permanecer em um ambiente seguro.
Veja fotos no g1
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