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Corujas amazônicas são descobertas, e uma delas é batizada em homenagem a Dorothy Stang

06/04/2021

Na floresta, durante o dia, o barulho de aves, macacos, insetos e outros animais é ensurdecedor. No calar da noite, o silêncio reina, com alguns poucos sons de insetos e sapos. E, às vezes, algumas aves noturnas, como as corujas, ululam em meio à escuridão.
Foi graças ao canto das corujas que pesquisadores brasileiros puderam descobrir quatro espécies na Amazônia e na mata atlântica, duas delas inéditas para a ciência.
Entre as novas corujinhas que agora se juntam à diversidade de aves brasileiras está corujinha-do-xingu Megascops stangiae, batizada em homenagem à irmã Dorothy Stang, religiosa norte-americana e ativista na região do Xingu em defesa dos direitos dos trabalhadores rurais. Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros em 2005, numa emboscada, em área do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) no assentamento Esperança.
À época, após relato de testemunha, pouco mais de uma semana após o crime, a polícia prendeu dois pistoleiros que confessaram e apontaram os fazendeiros Vitalmiro de Bastos de Moura (Bida) e Regivaldo Galvão (Taradão), como mandantes, e Amair Feijoli da Cunha (Tato), como intermediário.
As descobertas das corujas tiveram início durante a pesquisa de doutorado do biólogo Sidnei Dantas, desenvolvida no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA). Ao ouvir o canto de uma corujinha-relógio (Megascops usta) na Serra dos Carajás, ao norte do Parque Nacional do Xingu, o pesquisador, já afiado com o canto desses bichos, estranhou o som, diferente do esperado para aquela espécie.
Conversou, então, com o seu orientador, Alexandre Aleixo, ex-curador da coleção de aves do museu e atualmente pesquisador da Universidade de Helsinki. Juntos começaram uma investigação sobre a ocorrência e a distribuição dessa e de outras espécies do complexo das chamadas corujinhas florestais.
O gênero Megascops é o mais diverso de corujas das Américas, com 21 espécies conhecidas, distribuídas desde a América do Norte até a América do Sul. O complexo da Amazônia era dividido como corujinha-orelhuda (Megascops watsonii) ao norte da floresta e corujinha-relógio ao sul. Na região da mata atlântica, a espécie conhecida era a corujinha-sapo (Megascops atricapilla).
Por serem aves noturnas, as colorações de plumagem das corujinhas não variam muito, o que torna difícil a distinção entre as espécies. “Para desvendar como essas espécies se distribuíam no Brasil, fizemos coletas de campo, além da análise de exemplares em coleções científicas e do canto para entender melhor as relações de parentesco do grupo”, diz Dantas.
Juntando dados de mais de 252 espécimes em coleções, 83 cantos e mais o DNA de 49 espécimes, os pesquisadores chegaram a uma árvore genealógica do grupo, com o aparecimento de duas espécies inéditas até então: a tal corujinha-do-xingu e a corujinha-de-alagoas. Esta última recebeu uma nova classificação por ser diferente da que vive na mata atlântica do estado da Bahia para baixo.

Para saber mais acesse a Folha de S. Paulo

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