12/06/2018
Uma relação inusitada pode ajudar a compreender melhor o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti – transmissor de doenças como a dengue, chikungunya, febre amarela e zika – e, quem sabe assim, levar a soluções mais eficazes para combatê-lo: quanto mais escura é a casca do ovo de um mosquito, mais tempo ele sobrevive em ambientes secos. E justamente por ser bem escura, a casca do Aedes aegypti parece proteger melhor o mosquito e fazer com que ele resista mais tempo fora da água, por até um ano. Essa característica, de resistir tanto tempo em ambientes secos, dificulta bastante o combate ao mosquito. Essa foi a conclusão de um estudo interinstitucional, que envolve pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, e que teve como desdobramento a publicação de artigo na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases (confira o link aqui).
“Uma das causas da maior resistência do Aedes aegypti, quando comparamos com outras espécies de mosquito, é a grande quantidade de melanina presente na casca dos seus ovos. Esse pigmento, também encontrado na pele humana, é responsável pela cor escura dos ovos, que são pretos”, resumiu o coordenador do estudo, o biomédico e professor Gustavo Lazzaro Rezende, do Centro de Biociências e Biotecnologia da Uenf. Também fazem parte do grupo de pesquisa as doutoras Denise Valle – que foi a orientadora de doutorado de Gustavo – e Luana Farnesi, ambas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), além da doutoranda Helena Vargas, do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia da Uenf.
Os ovos do Aedes aegypti são bem pequenos – medem cerca de 0,6 mm – e adquirem rapidamente resistência contra a perda de água. Passadas apenas 15 horas da postura, eles já são capazes de resistir a longos períodos de ressecamento, podendo sobreviver por até um ano em ambientes secos.
A matéria pode ser lida no site da Faperj
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