
23/10/2025
A nova versão da CCAL (Calculadora de Carbono), lançada pelo IPAM, oferece dados que fortalecem tanto a implementação de programas jurisdicionais de créditos de carbono quanto a otimização de processos judiciais por dano climático. Gratuita, a plataforma calcula os estoques de carbono presentes na vegetação brasileira. A atualização foi apresentada nesta sexta-feira (10), em evento em Brasília que reuniu representantes do poder público e do Sistema de Justiça.
O apoio aos programas jurisdicionais de carbono ocorre por meio da elaboração de relatórios regionais, utilizados por governos federais e estaduais em iniciativas que viabilizam o financiamento da proteção das florestas. Isso é feito a partir da venda do carbono capturado e armazenado na vegetação, dentro do mecanismo REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).
“O CCAL fornece o que o mercado de crédito exige: dados com robustez e integridade climática a partir de uma redução comprovadamente atingida das emissões, promovendo transparência ao dado, uma vez que ele é facilmente acessível pela plataforma. Além de ser alinhado com os dados oficiais do governo federal informados à UNFCCC [Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas]”, afirmou Gabriela Savian, diretora de Políticas Públicas do IPAM, durante o painel sobre MRV (Mensuração, Relato e Verificação).
A ferramenta também tem papel essencial em processos judiciais de responsabilização por crimes ambientais, contribuindo para calcular indenizações por desmatamento ilegal. O valor monetário do impacto climático — ou dano climático — é estimado a partir da quantidade de carbono perdida na supressão vegetal, medida pela CCAL, com base no preço da tonelada de carbono definido pelo Fundo Amazônia.
“A floresta é diferente de um acidente automobilístico em que você paga o reparo e, na semana que vem, seu carro está pronto de novo — talvez ela demore 30 anos para chegar na sua condição de biodiversidade original. Durante todo esse período em que ela não estiver atuando, por exemplo, para a regulação do clima, o desmatamento vai estar contribuindo para o agravamento das mudanças climáticas”, explicou Ana Carolina Bragança, procuradora da República, ao defender que o dano climático seja incorporado de forma mais ampla na reparação ambiental.
Criada há dez anos, a CCAL nasceu para apoiar o monitoramento das políticas climáticas do Brasil, país em que 46% das emissões de gases de efeito estufa têm origem no desmatamento, segundo dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa).
“O interessante da CCAL é que ela reúne, em uma plataforma, todas as informações que os pesquisadores precisam ao monitorar os estoques de carbono. É possível ver o fluxo do elemento, onde aconteceram os eventos de desmatamento e degradação. Tudo isso de forma acessível, gerando estatísticas e relatórios de maneira flexível para o usuário.”
O lançamento foi realizado pelo IPAM, em parceria com ABRAMPA (Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente) e MPF (Ministério Público Federal), com apoio da UK Pact, Fundação Moore, ICS (Instituto Clima e Sociedade) e Norad (Agência Norueguesa para a Cooperação para o Desenvolvimento).
Fonte: CicloVivo

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