
23/10/2025
Relatório mostra aumento nas ações contra emissões, mas diz que o ritmo ainda é insuficiente para conter o aquecimento global. Metano é o segundo gás que mais contribui para o aumento da temperatura da Terra e tem efeito até 80 vezes mais potente que o CO₂.
Um novo relatório da ONU divulgado nesta quarta-feira (22) mostra que a maior parte dos grandes vazamentos de metano identificados por satélite ainda não recebe nenhuma resposta de governos ou empresas.
Segundo o documento “An Eye on Methane 2025”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), quase 90% dos alertas enviados continuam sem ação, mesmo após notificações a 33 países.
O sistema de monitoramento, chamado MARS (Methane Alert and Response System), combina imagens de satélite e inteligência artificial para detectar emissões anormais de metano, um gás que tem potencial de aquecimento mais de 80 vezes maior que o dióxido de carbono.
Desde sua criação, o MARS já emitiu 3,5 mil alertas, mas apenas 12% receberam algum tipo de resposta, uma melhora em relação a 1% no ano passado.
“Os progressos na medição são importantes, mas precisam se traduzir em reduções reais”, disse Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA.
O metano é responsável por cerca de um terço do aquecimento global atual.
Ele é emitido por operações de petróleo e gás, pela pecuária, pelo cultivo de arroz e pela decomposição de resíduos orgânicos.
Por permanecer menos tempo na atmosfera que o CO₂, reduzir suas emissões tem efeito quase imediato no combate à alta das temperaturas, o que torna o gás um dos focos de curto prazo para conter o avanço da crise climática.
As imagens usadas pelo MARS vêm de satélites de agências como NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e DLR (Centro Aeroespacial Alemão).
Elas permitem identificar nuvens de metano que escapam de poços, gasodutos e áreas de exploração, muitas vezes em regiões isoladas e sem fiscalização direta.
Casos recentes analisados pela ONU mostraram vazamentos de alta intensidade em campos de petróleo da Argentina, da Líbia e do Iraque, detectados a partir de imagens dos satélites Sentinel-2, Landsat 8 e EMIT.
Em alguns locais, como em Meseta Espinosa, na província da Patagônia argentina, as emissões chegavam a 4,5 toneladas de metano por hora, o equivalente, segundo o PNUMA, ao impacto climático de mais de 2 mil carros circulando durante um ano.
Já no Turcomenistão, uma das áreas mais críticas, o observatório identificou vazamentos contínuos desde 2023, ligados à exploração de gás natural.
Apesar de alertas repetidos, nenhuma medida de contenção foi registrada por meses.
O relatório reconhece ainda que houve avanços na transparência e no monitoramento do setor de energia, mas alerta que o ritmo de resposta ainda é muito inferior ao necessário.
Mesmo entre as grandes companhias de petróleo e gás, as reduções efetivas seguem lentas.
O PNUMA cita a parceria Oil and Gas Methane Partnership (OGMP 2.0), que reúne 153 empresas em 90 países, responsáveis por 42% da produção mundial de petróleo e gás.
Essas companhias passaram a adotar medições diretas em campo, substituindo estimativas por dados reais.
No entanto, o relatório observa que a melhoria na qualidade das medições não se traduziu automaticamente em cortes nas emissões - e que muitos dos grandes vazamentos ainda ocorrem em áreas associadas à extração e transporte de combustíveis fósseis.
A matéria completa pode ser lida no g1

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