
23/10/2025
A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial não será alcançada, admitiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira (22), um mês antes da COP30 em Belém do Pará.
"Uma coisa já está clara: não conseguiremos conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C nos próximos anos", disse Guterres em uma reunião na Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, em Genebra, enfatizando que "ultrapassar o limite agora é inevitável".
Limitar o aquecimento global a +1,5°C em comparação com a era pré-industrial (1850-1900) é a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris de 2015.
No entanto, muitos climatologistas concordam que esse limite provavelmente será atingido antes do final da década, já que o planeta continua consumindo grandes quantidades de petróleo, gás e carvão.
Segundo o observatório europeu Copernicus, a temperatura média global já é 1,4°C mais alta do que na era pré-industrial.
Os cientistas enfatizam a importância de limitar o aquecimento o máximo possível, pois cada fração de grau adicional implica riscos maiores, como ondas de calor mais extremas ou a destruição de ecossistemas marinhos.
Alertando à OMM que as mudanças estão levando "nosso planeta à beira do abismo", Guterres instou os governos a apresentarem "planos nacionais de ação climática novos e ousados" antes da próxima COP.
"A ciência nos diz que é necessário ter muito mais ambição", disse Guterres, apelando mais uma vez aos países participantes da COP30 para que cheguem a um acordo sobre "um plano confiável para mobilizar 1,3 trilhão de dólares (7 trilhões de reais na cotação atual) por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035".
A COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, no Pará, enfrentará o enorme desafio de unir as nações do mundo para continuar o combate às mudanças climáticas, apesar da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais surgiu como um consenso científico e diplomático em 2015, com o Acordo de Paris.
Ela foi definida após uma série de estudos mostrarem que esse valor representava um “limite seguro” para evitar os efeitos mais devastadores das mudanças climáticas – como secas intensas, colapso de ecossistemas, aumento extremo do nível do mar e impactos graves à saúde humana.
A lógica por trás desse número era clara: quanto menor o aquecimento, menores os riscos.
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