
16/10/2025
Pesquisadores identificaram microplásticos na Praia do Goiabal, município de Calçoene, no litoral do Amapá. O estudo foi feito pelo Instituto Federal Goiano, com apoio da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), e percorreu 18 km da faixa costeira. Ao todo, foram coletadas 40 amostras.
Mais de 70% dos fragmentos encontrados eram de isopor, que se quebra com facilidade e se espalha rapidamente pelas águas, levado pelo vento e pelas correntes marítimas.
Segundo os pesquisadores, o isopor pode ter origem em embalagens, caixas térmicas, boias e materiais de isolamento. Também foram achados pedaços de poliestireno (usado em utensílios domésticos), polietileno e polipropileno — tipos de plástico presentes em sacolas, tampas, cordas e redes de pesca.
A poluição na Praia do Goiabal não vem só de áreas urbanas ou industriais. Ela também é provocada por correntes marítimas, ventos e descarte de lixo por turistas e pescadores da região.
A falta de educação ambiental entre visitantes também agrava a presença de microplásticos, segundo os especialistas.
A areia da praia apresenta de 0 a 115 partículas de microplástico por quilo, com média de 23. Isso significa que há um pedaço de plástico a cada três colheres de areia.
Das 30 praias mais contaminadas do país, oito estão em Pontal do Paraná. No Amapá, a Praia do Goiabal é a única de água salgada que aparece na lista.
A pesquisa no Amapá é coordenada pela professora Neuciane Dias Barbosa, da Universidade do Estado do Amapá. Ela alerta que os microplásticos têm impacto direto na fauna local.
"O impacto começa quando esse material chega nesse ambiente e ali ele vai sofrendo desgaste por diferentes fatores: temperatura, correnteza, atrito com substrato. Os animais que habitam nesse tipo de ambiente vão acabar ingerindo acidentalmente esse material. Eles se sentem atraídos, a cor desses microplásticos é como uma presa para eles”, disse a professora.
Na Praia do Goiabal, já houve registro de animais encalhados, como um filhote de baleia cachalote em abril de 2024. Pesquisadores também encontraram ninhos de aves feitos com pedaços de plástico.
O estudo analisou 1.024 praias brasileiras e mostrou que 69% delas têm microplásticos. Com menos de cinco milímetros — do tamanho de um grão de arroz — esses resíduos podem prejudicar a biodiversidade, a saúde humana e a economia das regiões costeiras.
Esse é o maior levantamento padronizado já feito sobre microplásticos no Brasil e em países do Sul Global.
O coordenador do projeto afirma que os dados são inéditos e podem ajudar na criação de políticas públicas.
"O MicroMar representa um marco porque, pela primeira vez, conseguimos ter uma visão abrangente e sistemática da contaminação por microplásticos ao longo das praias brasileiras. Isso gera um banco de dados inédito, que pode ser usado de maneiras muito concretas", disse Guilherme Malafaia, professor do Departamento de Ciências Biológicas do IF Goiano.
A pesquisa envolveu 211 municípios dos 17 estados costeiros do Brasil. Foram coletadas 4.134 amostras de areia entre 2022 e 2023.
Fonte: g1

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