
16/09/2025
Os quilombolas de Machadinho, em Paracatu (MG), viram o território verde que habitavam há cerca de 200 anos receber os primeiros projetos minerários na década de 1980, tornando-se vizinhos do que viria a ser a maior mina de ouro a céu aberto do país com a chegada da canadense Kinross, em 2004. Cinco anos depois, eles precisaram sair para dar espaço a uma barragem de rejeitos da mesma mina.
Em agosto deste ano, seus descendentes, que passaram a viver nos bairros próximos ao empreendimento, entraram na Justiça pedindo indenização pela expulsão do território sem consulta prévia, livre e informada, além de danos da mineração ao ambiente e à saúde.
A comunidade pede ainda participação nos royalties minerários e pagamento de seguro ambiental devido ao risco contínuo das barragens.
Procurada pela Folha, a Kinross afirma que atua em conformidade com a legislação brasileira e que tem como compromissos a segurança de suas operações, o respeito às comunidades e a transparência de seus processos.
"Nossas avós morreram na dificuldade, com esperança de reaver os direitos delas. Quando era pequena, ouvi elas falarem, com lágrimas nos olhos, o quanto foram tiradas escorraçadas do local, sem nada", diz Claudinês Lopes, 32, presidente da Aquima (Associação dos Quilombolas do Machadinho).
Ela e a prima, a advogada Ana Paula Abrantes, 44, são algumas das principais mobilizadoras da ação, movida pelo escritório de advocacia Barreto Dolabella. O processo responsabiliza ainda a União e a ANM (Agência Nacional de Mineração) por "omissão institucional estruturante".
Machadinho foi reconhecido como remanescente quilombola pela Fundação Palmares em 2004 e teve o território de 2.200 hectares demarcado pelo Incra em 2009. A área foi sobreposta pelas licenças concedidas pela ANM à Kinross.
"A minha motivação maior é tentar, se a justiça existe, chegar perto dela, porque todos foram ignorados por serem pretos e pobres. A mineradora nunca respeitou essas pessoas como seres humanos, sempre foram subjugadas e vistas como criaturas que estão impedindo a sua expansão", diz Abrantes.
"Nossas avós morreram na dificuldade, com esperança de reaver os direitos delas. Quando era pequena, ouvi elas falarem, com lágrimas nos olhos, o quanto foram tiradas escorraçadas do local, sem nada", diz Claudinês Lopes, 32, presidente da Aquima (Associação dos Quilombolas do Machadinho).
Ela e a prima, a advogada Ana Paula Abrantes, 44, são algumas das principais mobilizadoras da ação, movida pelo escritório de advocacia Barreto Dolabella. O processo responsabiliza ainda a União e a ANM (Agência Nacional de Mineração) por "omissão institucional estruturante".
Machadinho foi reconhecido como remanescente quilombola pela Fundação Palmares em 2004 e teve o território de 2.200 hectares demarcado pelo Incra em 2009. A área foi sobreposta pelas licenças concedidas pela ANM à Kinross.
"A minha motivação maior é tentar, se a justiça existe, chegar perto dela, porque todos foram ignorados por serem pretos e pobres. A mineradora nunca respeitou essas pessoas como seres humanos, sempre foram subjugadas e vistas como criaturas que estão impedindo a sua expansão", diz Abrantes.
A reportagem completa pode ser lida na Folha de S. Paulo

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