
16/09/2025
A Amazônia é o maior bioma do país. Com 421 milhões de hectares, ocupa quase metade (49,5%) do território brasileiro. Mas, tanta magnitude está em risco: o bioma perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2024, uma redução de 13% de sua cobertura original. A supressão incidiu principalmente sobre formações florestais, que perderam quase 50 milhões de hectares (49,1 milhões) de área nos últimos 40 anos. No mesmo período, a agropecuária cresceu 415% na Amazônia.
O levantamento, feito a partir da análise de imagens de satélite, consta na nova Coleção 10 de mapas do MapBiomas. Por meio destes dados, é possível entender como a antropização da Amazônia é recente: 83% da área antropizada no bioma ocorreu nestas últimas quatro décadas. Segundo a entidade, os usos antrópicos, como agropecuária, mineração e infraestrutura, já ocupam 15,3% do bioma amazônico.
O avanço do desmatamento está levando a Amazônia a um limiar crítico. “A Amazônia brasileira está se aproximando da faixa de 20% a 25% prevista pela ciência como o possível ponto de não retorno do bioma, a partir do qual a floresta não consegue mais se sustentar”, alerta Bruno Ferreira, do MapBiomas. Ele completa: “Já podemos perceber alguns dos impactos dessa perda de cobertura florestal, como nas áreas úmidas do bioma. Os mapas de cobertura e uso da terra na Amazônia mostram que ela está mais seca”.
As áreas úmidas da Amazônia, incluindo rios, campos e florestas alagáveis, recuaram 2,6 milhões de hectares entre 1985 e 2024. Oito dos dez anos com maior redução de superfície de água ocorreram na última década.
A ocupação humana da Amazônia cresceu 471% nos últimos 40 anos, um acréscimo de 57 milhões de hectares de uso antrópico. Confira os pontos de maior pressão neste impacto:
* Pastagens: crescimento de 355%, passando de 12,3 milhões (1985) para 56,1 milhões de hectares (2024) de ocupação.
* Agricultura: aumento de 44 vezes (4.321%), saltando de 180 mil para 7,9 milhões de hectares no mesmo período.
* Silvicultura: crescimento de mais de 110 vezes – de 3,2 mil para 352 mil hectares (o aumento percentual da silvicultura foi maior).
* Mineração: avanço de 26 mil para 444 mil hectares (maior avanço do garimpo entre 2017 e 2022).
* Soja na Amazônia: mudanças após a Moratória de 2008
Embora a soja ainda ocupe 5,9 milhões de hectares na Amazônia em 2024, a Moratória da Soja, firmada em 2008, reduziu drasticamente sua relação direta com o desmatamento.
“De lá para cá, a conversão direta de formação florestal para soja reduziu em 68% (769 mil hectares). Após 2008, a soja cresceu principalmente em áreas já abertas de pastagem (+2,8 milhões de hectares, ou +1047%) e de agricultura (+1 milhão de hectares / +2708%)”, mostram os dados do MapBiomas.
Atualmente, três em cada quatro hectares convertidos para agricultura (74,4%) são ocupados por lavouras de soja.
A matéria na íntegra pode ser lida no CicloVivo

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