
16/09/2025
O Reino Unido rejeitou propostas para usar uma técnica controversa na Antártida para desviar alguns dos raios solares, à medida que cresce a pressão para usar a geoengenharia para conter o aquecimento global.
Várias soluções inovadoras para resfriar o planeta ganharam força nos últimos anos, em meio aos esforços ineficazes para conter as mudanças climáticas por meio da redução das emissões.
Alguns cientistas e empreendedores argumentam que agora é o momento de explorar todas as opções, visto que aumenta o risco de superar potenciais "pontos de inflexão" climáticos que podem ameaçar a vida na Terra.
Isso desencadeou um debate sobre se a chamada geoengenharia climática —como pulverizar partículas refletivas na atmosfera para desviar a luz do sol, conhecido como modificação da radiação solar, ou espalhar contas de vidro sobre o gelo para obter um efeito de resfriamento semelhante— é boa ciência ou apenas uma distração de ficção científica com implicações potencialmente perigosas para o planeta e sua atmosfera.
Os legisladores do Comitê de Auditoria Ambiental do parlamento do Reino Unido pediram que o governo declarasse sua posição sobre a geoengenharia, após alertarem que tais projetos poderiam prejudicar a vida marinha, perturbar ecossistemas e potencialmente violar o Tratado da Antártida, sem, no entanto, abordar a causa raiz das mudanças climáticas.
"O governo não é a favor da gestão da radiação solar", afirmou o Reino Unido em sua resposta publicada na quinta-feira (11).
"Muitas partes consideraram que a Antártida não era o lugar para experimentação, dadas as implicações ambientais potencialmente significativas."
A declaração do governo do Reino Unido ocorre depois que uma equipe de mais de três dúzias de cientistas alertou esta semana que as propostas para resfriar artificialmente as regiões polares do mundo são caras, inviáveis e potencialmente perigosas.
Embora o Reino Unido não tenha planos de implantar a tecnologia na Antártida, continuará a trabalhar com parceiros internacionais em pesquisas de geoengenharia.
A Agência de Pesquisa e Inovação Avançada, apoiada pelo governo, lançou um programa de £ 56,8 milhões (cerca de R$ 412 milhões) para financiar projetos de pesquisa que explorem tecnologias que possam neutralizar o aumento das temperaturas e evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.
Essa pesquisa inclui a exploração da modificação da radiação solar, com experimentos em pequena escala previstos para serem lançados em 2026 no Reino Unido, nos EUA, no Canadá e na Grande Barreira de Corais, na Austrália.
Um porta-voz do Comitê de Auditoria Ambiental se recusou a dizer se a posição do governo afetaria a pesquisa de geoengenharia do Reino Unido.
A agência de pesquisa não respondeu a um pedido de comentário.
Em um relatório separado esta semana, a União Europeia alertou que os benefícios das soluções de geoengenharia eram "altamente incertos" e corriam o risco de serem utilizados por agentes mal-intencionados.
O bloco já havia afirmado que se juntaria a um esforço internacional para avaliar intervenções em larga escala para combater as mudanças climáticas.
Fonte: Folha de S. Paulo

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