
12/08/2025
Na edição de estreia do Fundo de Reintrodução de Espécies, da Colossal Foundation em parceria com a Re:wild, ambas dos Estados Unidos da América, o Programa de Conservação do Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), na região do Pontal do Paranapanema, no extremo Oeste Paulista, está entre os projetos escolhidos para receber o valor de US$ 50 mil, o equivalente a mais de R$ 270 mil.
O fundo apoia com recursos financeiros e colaboração técnica iniciativas que atuam por meio da reintrodução e da translocação para fortalecimento populacional de espécies ameaçadas de extinção e, assim, beneficiar também o hábitat e as comunidades.
O fundo da Fundação Colossal/Re:wild se posiciona como o único inteiramente dedicado a apoiar projetos de refaunação e reintrodução de espécies selvagens em todo o mundo. Com esse foco, o fundo otimiza parcerias e recursos para maximizar o sucesso e ampliar o impacto das ações de conservação. Os projetos serão apoiados por até 12 meses consecutivos, com solicitações de subsídios de até US$ 50 mil por ano.
O programa, liderado há mais de 10 anos pela bióloga Gabriela Cabral Rezende, já realizou sete translocações. Segundo a pesquisadora, apesar de todos os desafios, a translocação é a ferramenta mais vantajosa para populações em risco de extinção em decorrência de tamanho populacional reduzido e baixo fluxo gênico.
“Sempre tivemos clareza de que o manejo das populações ameaçadas de mico-leão-preto, por meio da translocação e da reintrodução, é uma estratégia fundamental não apenas para salvar a espécie, mas também para restaurar a diversidade funcional de seu hábitat nativo — a Mata Atlântica brasileira. Mas esse trabalho exige profundo conhecimento técnico e a coragem de assumir riscos significativos. Ter parceiros como o Fundo de Reintrodução de Espécies da Fundação Colossal nos empodera a enfrentar esse desafio e nos aproxima de garantir que essas populações se afastem cada vez mais da extinção”, explicou Gabriela.
Confira as espécies-alvo dos programas que vão receber recursos do Fundo de Reintrodução de Espécies, da Colossal Foundation/Re:wild:
1. Jabuti-do-bolson (Gopherus flavomarginatus) — Criticamente Ameaçada; Novo México, Estados Unidos; Fundo Turner para Espécies Ameaçadas;
2. Mico-leão-preto — Ameaçada; Brasil; IPÊ;
3. Condor-da-califórnia (Gymnogyps californianus) — Criticamente Ameaçada; Idaho, Estado Unidos; Tribo Nez Percé;
4. Skiffia-dourada (Skiffia francesae) — Extinta na Natureza; México; Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo;
5. Faisão-do-vietnã (Lophura edwardsi) — Criticamente Ameaçada; Vietnã; Associação Europeia de Zoológicos e Aquários e Viet Nature; e
6. Sapo-arlequim-de-wampukrum (Atelopus sp.) – Criticamente Ameaçada; Equador; Centro Jambatu.
Com o apoio do Fundo da Colossal Foundation/Re:wild, o Programa de Conservação do Mico-leão-preto terá condição de expandir as translocações para outros fragmentos que precisam de suplementação ou ainda de reintrodução da espécie.
Para fevereiro de 2026, já está marcada a oficina do Grupo de Acompanhamento do Programa de Manejo Populacional dos Micos.
“Até o fim deste ano, vamos acumular o arcabouço teórico para levarmos à reunião de fevereiro. Vamos trabalhar com as informações de viabilidade populacional mais atualizadas (aumentamos as capturas e amostras coletadas). Com esse trabalho do grupo envolvido no programa, conseguiremos ter uma visão melhor em termos de genética e tamanho das populações e, principalmente, pensar nas urgências. Isso inclui olhar para as populações que estão em risco, mas também para populações-fonte, ou seja, de onde devem vir esses animais, pensando no resultado no médio e longo prazo, nas misturas genéticas que vamos promover. A ideia é chegar a essas conclusões junto com esse grupo de especialistas que acompanha o Programa de Manejo Populacional dos Micos, a partir dessa oficina em fevereiro”, explicou Gabriela.
Ela antecipa sobre a quais populações de micos-leões-pretos se refere.
“Precisamos entender a situação de algumas populações (incluindo da Estação Ecológica Caetetus/Fundação Florestal), confirmar a extinção local de micos-leões-pretos em três fragmentos da Estação Ecológica Mico-leão-preto (ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e avaliar a qualidade do hábitat, bem como as potenciais ameaças nesses fragmentos da ESEC. Também precisamos avaliar outras populações como potenciais populações-fonte para futuros manejos. Afinal, do ponto de vista genético os micos não podem sair sempre do Parque Estadual do Morro do Diabo (Fundação Florestal), precisamos ter outras populações-fonte”, disse a coordenadora.
A expectativa é a de que o próximo grupo será translocado no segundo semestre de 2026, durante a estação chuvosa, quando há maior oferta de alimento.
Fonte: g1
Fora de época, amendoeiras trocam as folhas no Rio e decoram praças e ruas em tons de vermelho
28/08/2025
Empresa é multada em quase R$ 6,5 mil por vender madeira nativa sem documentação, em Presidente Prudente
28/08/2025
Tamanduá-bandeira é capturado na Avenida Juscelino Kubitschek, em Presidente Prudente
28/08/2025
Arara-canindé recebe prótese após ser resgatada com ferimento no TO
28/08/2025
Ibama e Petrobras concluem simulado de perfuração de poço na Foz do Amazonas
28/08/2025
Emissões de metano do Brasil sobem 6% em quatro anos
28/08/2025
