
03/07/2025
Durante a recente Conferência Oceânica das Nações Unidas, os governos das Ilhas Salomão e Vanuatu anunciaram planos para estabelecer a primeira reserva oceânica multinacional liderada por indígenas em todo o mundo: a Reserva Oceânica da Melanésia.
A área protegida abrangerá as águas nacionais das Ilhas Salomão, Vanuatu e Papua-Nova Guiné, conectando-se ainda à Zona Econômica Exclusiva da Nova Caledônia — formando, assim, um corredor oceânico que poderá totalizar mais de 6 milhões de quilômetros quadrados de uma das regiões com a maior biodiversidade marinha do planeta.
“Por milênios, os povos indígenas da Melanésia têm sido os administradores mais sábios e eficazes dessas águas sagradas. É por isso que os governos da Melanésia estão unindo forças para criar uma reserva oceânica sem precedentes que honra nossas identidades, meios de subsistência e conexões espirituais”, afirmou Jeremiah Manele, primeiro-ministro das Ilhas Salomão.
Segundo o Islands Knowledge Institute — organização indígena das Ilhas Salomão que colabora com a implementação da iniciativa —, a reserva será tão extensa quanto a própria Floresta Amazônica. O ecologista Edgar Pollard, líder da entidade, explica: “A Reserva Oceânica da Melanésia evoluiu de uma ideia para uma plataforma poderosa entre os líderes da Melanésia porque se conecta a uma verdade inconfundível em suas vidas: tratar o oceano como nosso lar, no sentido mais profundo da palavra, é a melhor proteção”.
A região sudoeste do Pacífico já é reconhecida por sua importância ecológica e cultural, abrigando 75% das espécies conhecidas de corais e mais de 3.000 espécies de peixes. No entanto, enfrenta ameaças crescentes, como pesca ilegal e pesca de arrasto industrial. Atualmente, as Ilhas Salomão e Vanuatu já protegem cerca de 150 mil km² de suas águas, mas a nova proposta pode expandir essa área para mais de três vezes e meia o tamanho do Alasca.
Além da conservação ambiental, o plano inclui a valorização do conhecimento indígena na gestão marinha, apoio a economias regenerativas, investimento em infraestrutura sustentável — como embarcações movidas à energia solar e eletricidade e sistemas solares para comunidades locais —, além do reforço à vitalidade cultural, permitindo apenas práticas tradicionais em partes da reserva.
A entrada de Papua-Nova Guiné no projeto ainda é debatida, especialmente por seus planos de mineração em águas profundas, que preocupam ambientalistas quanto aos possíveis impactos sobre a reserva. Ainda assim, Ilhas Salomão e Vanuatu se mostram confiantes de que a iniciativa poderá inspirar outros países.
“É um objetivo da nossa Política Oceânica Nacional estabelecer este corredor transfronteiriço de espaço oceânico tradicionalmente administrado entre nossos países, e estamos muito satisfeitos que isso esteja acontecendo agora”, declarou Ralph Regenvanu, Ministro do Meio Ambiente de Vanuatu. “A Reserva Oceânica da Melanésia dará aos governos e povos da Melanésia a capacidade de fazer muito mais para proteger nossas águas ancestrais daqueles que extraem e exploram sem se preocupar com o nosso planeta e seus seres vivos. Esperamos que a nossa gestão indígena desta vasta reserva crie impulso para iniciativas semelhantes em todo o mundo.”
Fonte: CicloVivo

Copacabana perdeu 10% da faixa de areia nos últimos dez anos, segundo estudo da UFRJ
03/07/2025
Prefeitura de Niterói (RJ) quer criar pomar gigante com 5.000 mudas
03/07/2025
Onça-pintada resgatada de incêndio no pantanal dá à luz filhote após recuperação; veja vídeo
03/07/2025
Agricultoras do Recôncavo Baiano resgatam cultivo da araruta para enfrentar a crise climática
03/07/2025
Etanol feito de resíduos alimentares vai abastecer frota da Ambipar
03/07/2025
Como os resíduos dos medicamentos afetam o meio ambiente
03/07/2025