
11/03/2025
Para combater as mudanças climáticas é necessário cortar as emissões de dióxido de carbono. O CO2 é o principal gás de efeito estufa, que gera o aumento das temperaturas do planeta. E, uma análise realizada no Reino Unido mostra que a capacidade de absorção deste gás por plantas e solo, sumidouros naturais de CO2, está diminuindo.
A análise realizada por dois pesquisadores, pai e filho, mostra que as plantas e os solos do nosso planeta atingiram o pico de sua capacidade de absorver dióxido de carbono em 2008, e sua taxa de sequestro vem caindo desde então.
O ex-presidente-executivo da Agência Escocesa de Proteção Ambiental James Curran, com a ajuda de seu filho Sam, fez uma análise detalhada dos níveis de concentração de carbono em mudança no mundo. A análise deles revelou que, desde 2008, as plantas têm absorvido uma média de 0,25% menos dióxido de carbono a cada ano.
No início, o carbono adicionado levou a temperaturas mais quentes, crescimento da vegetação e uma estação de crescimento mais longa. Uma vez que um ponto crítico foi atingido, no entanto, a combinação de estresse por calor, secas, incêndios florestais, tempestades e inundações, levou a uma redução na quantidade de carbono que as plantas podem absorver. Aos fatores climáticos, somam-se a disseminação de novas doenças e pragas.
“Esta análise confirma que a taxa de sequestro natural de CO2 da atmosfera pela biosfera terrestre está agora diminuindo, tendo atingido um pico em 2008. Antes dessa data, o sequestro estava aumentando em até 0,8% ao ano na década de 1960 e, se a tendência tivesse continuado, teria reduzido os atuais incrementos anuais na concentração de CO2 na atmosfera em mais de 30%”, escreveram os autores.
Eles alertam para o fato de que esse efeito de melhoria inicial foi perdido e o sequestro está agora diminuindo em 0,25% ao ano. A concentração atmosférica de CO2 vai aumentar cada vez mais rápido, em proporção às emissões globais anuais de CO2.
Segundo os autores do estudo, “a taxa de sequestro natural de CO2 da atmosfera pela biosfera terrestre atingiu o pico em 2008. As concentrações atmosféricas aumentarão mais rapidamente do que antes, em proporção às emissões anuais de CO2, já que o sequestro natural está agora diminuindo em 0,25% ao ano”.
Ainda segundo a análise dos cientistas, este efeito vai acelerar ainda mais as mudanças climáticas. “É urgentemente necessário um esforço para reconstruir a biodiversidade global e recuperar seus serviços ecossistêmicos, incluindo o sequestro natural de CO2”, ressaltam.
Quando o ponto crítico foi atingido, as chances de um colapso climático descontrolado se tornaram mais prováveis. “As descobertas são muito alarmentes. As emissões agora precisam cair 0,3% ao ano, só para ficarem paradas. É uma tarefa difícil, já que elas normalmente aumentam 1,2% ao ano”, disse James Curran.
As descobertas sugerem que uma redução de um quinto no potencial sequestro de carbono pode levar a um aumento anual de 25% a 37% no dióxido de carbono atmosférico.
“Esse efeito crescente é muito prejudicial e vai acelerar ainda mais as mudanças climáticas e serve, mais uma vez, para enfatizar a estreita conexão entre o clima e os extremos da natureza”, escreveram os pesquisadores.
O estudo, “Natural sequestration of carbon dioxide is in decline: climate change will accelerate” (“O sequestro natural de dióxido de carbono está em declínio: as mudanças climáticas vão acelerar, em português), foi publicado na revista Weather e pode ser acessado no CicloVivo

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