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Populações de borboletas diminuíram 22% nos EUA desde 2000

11/03/2025

A população de borboletas —os belos insetos que desempenham um papel vital na polinização e na saúde dos ecossistemas— caiu nos Estados Unidos em mais de um quinto neste século, de acordo com uma pesquisa que abrange centenas de espécies, desde a borboleta almirante-vermelho até a dama-americana e a borboleta-da-couve.
Dados de cerca de 76 mil levantamentos de borboletas realizados por vários grupos, documentando milhões de insetos representando 554 espécies, mostraram que seus números caíram 22% de 2000 a 2020 nos Estados Unidos contíguos (sem considerar Alasca e Havaí), disseram os pesquisadores.
Os cientistas atribuíram a diminuição a fatores como perda de habitat, uso de pesticidas e mudanças climáticas.
As quedas populacionais foram maiores na região sudoeste, abrangendo Arizona, Novo México, Oklahoma e Texas.
Entre as 342 espécies de borboletas documentadas no estudo que tinham dados suficientes para analisar suas tendências numéricas, 114 delas —cerca de um terço do total— sofreram perdas, incluindo 107 com queda de mais de 50%, e 22 com redução de mais de 90%.
Os números de quatro borboletas —a borboleta-branca-da-flórida, a borboleta-cobre-de-hermes, a borboleta-laranja-de-cauda e o sátiro-de-mitchell— despencaram mais de 99%. Nove espécies —cerca de 3% do total— mostraram ganhos.
Entre algumas espécies comuns, a almirante-vermelho diminuiu 58%, a borboleta-da-couve caiu 50% e a dama-americana reduziu 44%.
"Os resultados deste estudo são bastante desanimadores. Mas as borboletas têm a capacidade de se recuperar se pudermos melhorar as condições para elas", disse o ecologista Collin Edwards, anteriormente da Universidade Estadual de Washington e agora do Departamento de Peixes e Vida Selvagem do estado de Washington, autor principal do estudo publicado nesta quinta-feira (6) na revista Science.
"As borboletas têm ciclos de vida rápidos —pelo menos uma geração por ano, muitas vezes duas ou três. E cada uma dessas gerações põe uma tonelada de ovos. Isso significa que, se tornarmos o mundo um lugar mais hospitaleiro para as borboletas, as espécies têm a capacidade de responder muito rapidamente e aproveitar todos os nossos esforços", acrescentou Edwards.
O estudo incluiu as borboletas-monarca, mas, como as evidências mais claras sobre suas quedas numéricas vêm de seus locais de hibernação no México e os pesquisadores usaram apenas dados de monitoramento dos EUA, o trabalho não identificou uma tendência clara para elas.
"Perdemos 1 em cada 5 borboletas em apenas 20 anos. Isso significa que, se você saísse para observar borboletas em 2000 e visse 100 borboletas, em 2020 você veria apenas 80. É uma perda impressionante em um período de tempo tão curto", disse a bióloga de conservação e coautora do estudo Eliza Grames, da Universidade de Binghamton, em Nova York.
"Há muitos fatores de estresse diferentes afetando as populações de borboletas, e é difícil identificar apenas um. No sudeste [dos EUA], por exemplo, a seca é provavelmente uma grande ameaça. No Meio-Oeste, os inseticidas são o principal fator de perda de biodiversidade. Em outras regiões, a história não é tão clara, e é provavelmente uma combinação de estressores antropogênicos que está levando às quedas drásticas que estamos vendo", disse Grames.
Embora faltem informações confiáveis sobre as tendências populacionais globais de borboletas, estudos em alguns outros países documentaram quedas em aproximadamente a mesma taxa dos dados dos EUA.
As borboletas são os insetos mais sistematicamente monitorados nos Estados Unidos. Os pesquisadores calcularam que há 650 espécies de borboletas nos chamados Estados Unidos contíguos, com pelo menos alguns dados de monitoramento de 554 delas.
A queda nas borboletas, que habitam a Terra há mais de 100 milhões de anos, é uma parte do declínio contínuo da biodiversidade global, com perdas entre os insetos particularmente preocupantes, dado seu papel crucial em muitos processos ecológicos.
"Os resultados deste estudo sugerem que pode haver declínios em muitas espécies de insetos para as quais não temos bons dados", disse Edwards.
"Para mim, as borboletas são importantes porque são belas e nos inspiram. Elas merecem existir simplesmente pelo fato de existir", disse Grames. "Em termos de função do ecossistema, as borboletas são polinizadores realmente importantes e também servem como presas para insetívoros", especialmente pássaros, destacou.

Fonte: Folha de S. Paulo

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