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Turbinas eólicas viram matéria prima para prancha de surf

11/03/2025

A ACCIONA, empresa global que desenvolve soluções de infraestrutura sustentáveis, e o surfista profissional Josh Kerr se uniram para desenvolver uma prancha de surfe que combina performance e economia circular. Uma pá de turbina eólica “aposentada” deu origem para uma linha inicial de 10 pranchas da marca Draft Surf, criada por Josh.
Feitas a partir de uma pá desativada do parque eólico Waubra da ACCIONA em Victoria, na Austrália, os protótipos das pranchas inéditas foram produzidos como parte da iniciativa Turbine Made, lançada pela companhia em fevereiro. O objetivo é soluções inovadoras para que as pás de turbinas eólicas desativadas possam ser transformadas em novos materiais e produtos, já que sua reciclagem é um processo complicado.“Quando a ACCIONA nos procurou para trabalhar juntos e criar essas pranchas de surfe, aproveitamos a oportunidade. Em sua essência, nossa marca tem como objetivo permitir a melhor experiência de surfe com produtos de qualidade, de forma sustentável – o que se alinha com a visão da ACCIONA para a Turbine Made”, conta Josh Kerr, fundador da Draft Surf.
As pranchas de surfe, feitas à mão, apresentam tiras de pás de turbina reaproveitadas incorporadas no deck para resistência e controle de flexão. As quilhas da prancha, feitas de fibra de vidro reciclada, proporcionam estabilidade, impulso e velocidade, e a camada externa é ainda mais reforçada pela incorporação de partículas de pás de turbina recicladas no processo de revestimento de fibra de vidro.
“Sabemos que nos próximos 10 a 15 anos, países como a Austrália terão um grande volume de pás de turbinas eólicas desativadas, então estamos agindo agora para explorar novas maneiras de reciclar e reutilizar o material de que são feitas”, afirma Mariola Domenech, diretora global de Sustentabilidade da ACCIONA Energia.
A iniciativa Turbine Made se baseia no trabalho anterior da ACCIONA para reaproveitar pás de turbinas eólicas desativadas, que incluiu uma colaboração com a marca de moda europeia El Ganso para criar tênis com esse material em suas solas, bem como a integração de materiais de pás recicladas nas barras de torção de rastreadores solares em uma usina solar em Extremadura, Espanha.
“A criação de um protótipo de prancha de surfe é um exemplo de como estamos reimaginando os materiais de pás de turbinas desativadas e ampliando os limites da inovação quando se trata de economia circular”, acrescentou Domenech.
A ACCIONA também está avançando na reciclagem de turbinas em fim de vida útil por meio de uma planta de reciclagem de pás em Navarra, na Espanha, que deverá entrar em operação em 2026, criando 100 empregos e com uma capacidade de processamento de 6.000 toneladas de material por ano.
“Sustentabilidade não é apenas reduzir o desperdício – é sobre a gestão do produto, garantindo que o que construímos hoje não se torne o desafio ambiental de amanhã”, disse Domenech. “Ao trabalhar com fabricantes, designers e inovadores australianos, podemos incentivar a criação de aplicações práticas e de alto desempenho que beneficiem tanto a indústria quanto o meio ambiente.”
Em 2023, a Vestas, grande fabricante de turbinas eólicas, anunciou que desenvolveu uma tecnologia capaz de reciclar as pás das turbinas. Uma nova mistura química pode ser usada para quebrar equipamentos fora de uso, inclusive aqueles que já foram descartados.
O composto químico – desenvolvido com a ajuda do Instituto Tecnológico Dinamarquês, da Universidade de Aarhus e da fabricante de epóxi Olin – decompõe a resina epóxi usada para fazer as pás das turbinas eólicas, transformando-as em suas matérias-primas originais. Este novo processo permite que a resina epóxi seja quimicamente decomposta em materiais virgens.
Anteriormente, as propriedades químicas da resina epóxi eram consideradas impossíveis de desmontar e reutilizar. Esta reciclagem química é considerada uma revolução positiva na reciclagem deste material. Em comunicado à imprensa a Vestas afirmou que a solução “torna as pás da turbina à base de epóxi como circulares , sem a necessidade de alterar o design ou a composição do material da pá”.

Fonte: CicloVivo

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