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Alagamentos e danos ao pescado: marisqueiros denunciam impactos de obras de revitalização no centro de Niterói

06/02/2025

Quem passa pelos fundos do Shopping Bay Market, na direção do Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro de Niterói, pode não dar muita atenção às pequenas embarcações ancoradas do outro lado, nas margens da Baía de Guanabara, mas no local se reúnem pescadores de mariscos, que estão preocupados com as obras de renovação no Centro. Fundada em 1982, a Associação de Pescadores e Amigos de São Pedro conta com 60 famílias associadas, e o fruto do trabalho dos marisqueiros é fonte de subsistência para cerca de 120 pessoas.
Os pescadores se queixam da obra de pavimentação na rua do entorno. Segundo os trabalhadores, desde que começaram as mudanças, há quatro meses, o novo piso alaga a associação nas chuvas. A restrição da prefeitura ao trânsito de veículos no local também causa dificuldade logística para o escoamento das cargas de mexilhões.
— Depois da instalação dessa pavimentação, os compradores não podem mais transitar aqui, não trazem gelo e não levam nossas mercadorias. Precisamos ficar brigando pelo acesso. Temos uma produção média de 500 a 800 quilos de mexilhão por dia. Como vamos tirar o material? Em cima de carrinhos de supermercado? — questiona o pescador Marivaldo Dantas.
Outro problema causado pela obra, de acordo com Dantas, está relacionado à falta de drenagem adequada sob a estrutura do piso, o que estaria provocando alagamentos e danos ao pescado, armazenado na área afetada pela chuva.
— Eles levantaram a rua, e viramos uma sarjeta, né? Toda a água que cai passa por cima do batente, e isso aqui vira um rio. Fizemos um batente provisório, mas tem chuva que passa do limite — diz.
Procurada, a Empresa de Infraestrutura e Obras de Niterói (ION), antiga Emusa, informa que não recebeu reclamações referentes às obras de revitalização no ponto da associação, mas acrescenta que uma equipe técnica realizará uma vistoria no local para verificar as questões levantadas.
“Em relação ao acesso de veículos, o projeto de revitalização cria um espaço aberto ao público que prioriza o fluxo de pedestres e a integração com a nova Praça Araribóia, o que resultou na restrição do trânsito de automóveis particulares naquele ponto específico”, diz a ION, em nota.
De acordo com a empresa, o projeto prevê uma área de abastecimento do pescado próxima ao local original. No que se refere ao escoamento de água das chuvas, a ION afirma que a obra incluiu melhorias no sistema de drenagem.
A prefeitura informa ainda que está disponível para a abertura de um diálogo com a associação.
Outra demanda dos pescadores está relacionada à CCR Barcas. Eles relatam que as últimas embarcações de cada dia parecem “apostar corrida”, gerando ondas que viram barcos e causam danos ao cais.
— Toda vez que consertamos, a barca vem e faz uma onda gigantesca que sai varrendo tudo. Quando acaba o horário de rush, parece que tem uma competição entre eles de quem vai largar mais cedo. Vêm duas ou três barcas aceleradas, normalmente no fim do expediente, e causam prejuízo — afirma o diretor da associação, José Maria de Oliveira.
A CCR Barcas informa que segue as normas marítimas da Capitania dos Portos, visando garantir a segurança da navegação e dos passageiros.
“As embarcações iniciam o processo de aproximação do flutuante com velocidade de seis nós (recomendada pela Capitania). Essa redução continua gradativamente até que a embarcação complete o processo de atracação e amarração. Além disso, o Centro de Controle Operacional da concessionária, por meio do sistema de monitoramento, realiza o controle sistemático das embarcações para verificar, dentre outras questões, se elas estão dentro do limite de velocidade estabelecido pelas normas”, relata a empresa.
A concessionária recomenda ainda que os barcos dos pescadores se mantenham em distância segura da área de manobra das estações.
Nas últimas semanas, a associação foi afetada pelo acúmulo de lixo, que cobria o cais onde ficam as embarcações dos pescadores. Os próprios marisqueiros têm, por hábito, recolher o lixo na área, mas o trabalho não era o bastante.
— Noventa e nove por cento do lixo vem da baía. Aqui atrás temos uma trilha que chamamos da Trilha do Gambá, porque à noite tem muita briga de gambá aqui, né? O lixo se deposita aqui nessa orla por causa da geografia do lugar — afirma Dantas.
Após se queixarem junto à Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), eles tiveram apoio do vereador Professor Tulio (PSOL), que fez um post nas redes pedindo a limpeza. De acordo com os pescadores, a Clin se comprometeu a retirar o lixo duas vezes por semana e já esteve presente no local nos últimos dias.
— O trabalho voluntário de recolhimento de resíduos sólidos é muito importante para a despoluição da baía e para a prevenção contra enchentes. Por isso, solicitamos via ofício que a Clin elabore um programa de apoio e suporte técnico para melhoria das condições de atuação da associação — diz Tulio.

Fonte: O Globo

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