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Solos tratados com adubo orgânico armazenam mais carbono

24/10/2024

Além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, sequestrar carbono é uma das maneiras de combater as mudanças climáticas e a agricultura pode contribuir muito para esta estratégia. O solo, quando ocupados e mantidos de maneira responsável, podem se tornar grandes sumidouros de CO2.
Nesse contexto, os modelos de negócio e as práticas agrícolas influenciam diretamente a quantidade de carbono armazenada no solo. É o que mostra um estudo de pesquisadores da Kansas State University, publicado no Soil Science Society of America Journal.
Durante 22 anos, diferentes práticas de gestão do solo foram implementadas em plantações de milho, incluindo a aplicação de fertilizantes químicos, fertilizantes orgânicos, como estrume ou composto, e nenhuma fertilização. Usando técnicas avançadas da Fonte de Luz Canadense (CLS) da Universidade de Saskatchewan e da Fonte de Luz Avançada em Berkeley, Califórnia, os cientistas analisaram solos de um campo de milho que tem sido cultivado em plantio direto.
Os resultados da análise revelam que o solo tratado com fertilizantes orgânicos (como estrume ou composto) armazena uma quantidade maior de carbono do que aqueles solos que receberam apenas fertilizantes químicos ou não receberam qualquer tipo de fertilização.
Segundo o Dr. Ganga Hettiarachchi, professor de solo e química ambiental da Kansas State University, o estudo inovou pela maneira de visualizar como o armazenamento de carbono. Usando luz síncrotron de alta intensidade, a equipe conseguiu observar que o carbono estava preservado nos poros do solo e aderido a certos minerais. Esta capacidade de observação ao nível microscópico proporciona uma visão sem precedentes sobre os mecanismos subjacentes ao sequestro de carbono em solos tratados com fertilizantes orgânicos.
Outra descoberta relevante foi que o solo tratado com esterco ou composto continha mais carbono microbiano, indicando que essas práticas favorecem maior atividade microbiana no solo. Os microrganismos desempenham um papel crucial na decomposição da matéria orgânica e na sua transformação em nutrientes essenciais às plantas.
Foram identificados ainda minerais específicos, sugerindo que os tratamentos orgânicos contribuem para processos biológicos e químicos mais ativos, o que também melhora a capacidade de armazenar carbono.
Segundo Hettiarachchi, este é o primeiro estudo a fornecer evidências diretas dos mecanismos através dos quais os tratamentos orgânicos melhoram a saúde do solo, a diversidade microbiana e o sequestro de carbono. Estes resultados poderão ter implicações importantes na promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis ​​a nível mundial, ajudando a mitigar as alterações climáticas.
Pesquisas como esta mostram caminhos para que a agricultura seja cada vez mais sustentável e regenerativa – ao invés de degradar o solo, a atividade pode ajudar a recuperar e manter a terra saudável.
Além de produzir alimentos mais saudáveis, a agricultura regenerativa colabora para a restauração de ecossistemas, tornando-se uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios das alterações climáticas.
Práticas que promovem a saúde do solo, como a aplicação de fertilizantes orgânicos, podem sequestrar grandes quantidades de carbono e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade agrícola.
À medida que a população mundial cresce, aumentam as exigências sobre a produção de alimentos e a pressão para a ocupação de áreas destinadas ao plantio.
Com ciência e tecnologia, é possível melhorar a produtividade e garantir a fertilidade do solo a longo prazo. O resultado é uma quantidade maior de alimentos produzida em uma área menor, reduzindo o desmatamento e garantindo a preservação de áreas florestais.

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